Equipamento originalmente desenvolvido para exames de saúde agora está checando o interior das rochas.
[Imagem: Orexplore]
Como as minas são encontradas
Basta se lembrar do significado da expressão "encontrar uma mina de ouro" para se dar conta de que localizar depósitos de metais - seja ouro, cobre, prata, estanho ou qualquer outro - não é uma tarefa fácil e muito menos barata.Por isso uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e engenheiros europeus se reuniu em torno do projeto X-Mine para desenvolver tecnologias que facilitem tanto a localização das reservas minerais quanto a exploração mais eficiente daquelas que já foram encontradas.
Eles foram encontrar as ferramentas que procuravam em uma área que aparentemente nada tem a ver com a mineração: os exames de saúde.
Baseando-se nos exames de raios X e nas tecnologias de imageamento médico 3D, a equipe desenvolveu um equipamento, que eles batizaram de X-Analyser - aquele mesmo que aparece na imagem acima -, que permite examinar e analisar amostras de rochas para determinar sua composição e a concentração dos diversos elementos químicos em seu interior.
A composição diz quais elementos estão presentes na rocha, enquanto a concentração diz qual percentual da rocha é formado pelo elemento que se está procurando - a concentração é um critério chave para determinar se vale a pena explorar uma mina.
A tecnologia tomográfica permite que uma amostra retirada por uma broca de perfuração - conhecida como testemunho de sondagem - seja analisada em menos de 30 minutos no próprio local.
Isso significa que os geólogos podem analisar o interior da rocha para avaliar com rapidez e precisão o cenário estrutural e a composição geoquímica e mineralógica do minério, eliminando a necessidade de transportar amostras para o laboratório.
O exame de amostras coletadas em diversos pontos da mina permite construir modelos 3D da reserva mineral inteira, otimizando sua exploração.
[Imagem: X-Mine]
Eficiência da mineração
Para aferição, o sistema está sendo inicialmente testado no minério de minas conhecidas - na Suécia, Grécia, Bulgária e Chipre - que extraem uma variedade de metais como zinco, prata, chumbo, cobre e ouro.O aparelho também conseguiu detectar com êxito metais como índio, gálio e germânio, metais do grupo da platina e elementos de terras raras, que são muito procurados pelas indústrias de alta tecnologia.
"Os primeiros resultados são muito promissores: As rochas residuais podem ser efetivamente separadas do minério, resultando em economias substanciais nos custos de transporte e nas emissões de CO2. Também obtivemos os primeiros resultados positivos ao transformar pilhas antigas de resíduos de rocha em minério valioso," disse Janne Paaso, do Centro de Pesquisas Técnicas (VTT), na Finlândia, que coordena o projeto.
Extrapolando os primeiros resultados, Paaso calcula que a tecnologia de exame in loco permitirá alcançar uma redução de 20% nos custos de transporte, por meio de uma separação mais eficiente de minério e resíduos, uma redução de 7% no desperdício de rochas e uma redução de 10 a 30% no consumo de energia e nas emissões de CO2 das minas.
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