Renováveis darão suporte à recuperação econômica depois da pandemia

Irena aponta a descarbonização da energia como um dos pilares da recuperação econômica depois da pandemia de Covid-19. E, o que é ainda melhor, diminuindo a desigualdade econômica e promovendo sociedades mais resilientes.



A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) afirmou recentemente que a transformação baseada em energia renovável é uma oportunidade de cumprir as metas climáticas e promover crescimento econômico, criando milhões de empregos e melhorando o bem-estar da humanidade até 2050. O relatório “Global Renewables Outlook” da entidade estima que o caminho para aprofundar a descarbonização requer investimentos em energia de até US$ 130 trilhões, mas que os benefícios socioeconômicos compensam. Os ganhos cumulativos para o PIB global seriam de até US$ 98 trilhões além do previsto nos próximos 30 anos. Também se elevariam os empregos em energia renovável para 42 milhões, e os em eficiência energética para 21 milhões.

Para a Irena, a atual crise expôs as vulnerabilidades embutidas no sistema atual e o relatório mostra caminhos para a construção de economias sustentáveis, equitativas e resilientes, alinhando esforços de recuperação de curto prazo com os objetivos de médio e longo prazo do Acordo de Paris e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O “Global Renewables Outlook” explora formas de reduzir as emissões globais de CO2 em pelo menos 70% até 2050, e uma perspectiva mais profunda de descarbonização que leve a zero emissões líquidas no sistema energético, compreendendo hidrogênio verde e a ampliação da eletrificação dos usos finais na substituição de combustíveis fósseis.

Investimento em baixo carbono teriam retorno financeiro significativo, aponta o relatório, com ganhos até oito vezes mais altos do que os custos, quando considerada as economias em saúde pública e na área ambiental. O relatório indica caminhos para a transição energética e socioeconômica em dez regiões do mundo até 2050. A expectativa é de que todas elas registrem percentuais crescentes de energia renovável, com o Sudeste Asiático, América Latina, União Europeia e África Subsaariana atingindo 70-80% de renováveis no mix energético em 30 anos. De maneira similar, a eletrificação dos usos finais, como transporte e aquecimento, também cresceria em todo o mundo, excedendo 50% no Leste Asiático, América do Norte e em boa parte da Europa.

O relatório Global Renewable Outlook está disponível no link:

http://www.irena.org/publications/2020/Apr/Global-Renewables-Outlook-2020

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