Fonte: Pixabay/Reprodução
"Sonhar é somente pensar à noite. Dormir transforma você em uma nova pessoa, mas não estamos fazendo perguntas sobre essa experiência”, resume o doutorando Adam Horowitz, pesquisador do Dream Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ali, um time de cientistas está usando tecnologia para manipular o subconsciente e hackear o processo que gera nossos sonhos.
Sonhar é um processo necessário para a sobrevivência, consolidando as memórias e regulando nossos níveis hormonais. Mas o processo pode ajudar o ser humano além do aprimoramento de nossos processos metabólicos. Desde 2017, o Dream Lab desenvolve wearables que rastreiam o início do sono, interagem com seu mecanismo e mudam os sonhos.
O primeiro protótipo da luva Dormio.Fonte: MIT/ Adam Horowitz
O primeiro deles é o Dormio, um dispositivo usado para explorar um período particular: a hipnagogia, o estado semilúcido entre a vigília e o sono. Quando ela acontece, os pensamentos se transformam em sonhos, e é nesse estado de transição que o Dormio atua.
"Sonhos não são apenas ‘lama mental aleatória’ e sim, pontos de acesso a níveis mais profundos da cognição”, disse Horowitz ao site OneZero.
O funcionamento do aparelho é simples: o voluntário a ter seus sonhos hackeados adormece com sensores no pulso e nos dedos, para que o tônus muscular e a frequência cardíaca (que mudam quando se adormece) sejam detectados. Quando se entra na hipnagogia, o Dormio aciona um robô Jibo, que toca uma mensagem simples.
O primeiro deles é o Dormio, um dispositivo usado para explorar um período particular: a hipnagogia, o estado semilúcido entre a vigília e o sono. Quando ela acontece, os pensamentos se transformam em sonhos, e é nesse estado de transição que o Dormio atua.
"Sonhos não são apenas ‘lama mental aleatória’ e sim, pontos de acesso a níveis mais profundos da cognição”, disse Horowitz ao site OneZero.
O funcionamento do aparelho é simples: o voluntário a ter seus sonhos hackeados adormece com sensores no pulso e nos dedos, para que o tônus muscular e a frequência cardíaca (que mudam quando se adormece) sejam detectados. Quando se entra na hipnagogia, o Dormio aciona um robô Jibo, que toca uma mensagem simples.
Uma voluntária dorme durante o experimento com o Dormio.Fonte: MIT/Media Lab Fluid Interfaces/Divulgação
Quando foi usada a palavra “tigre”, a figura do grande felino surgiu nos sonhos da maior parte do grupo de 50 pessoas submetidas a um experimento com o Dormio. Segundo Horowitz, a mesma coisa se repetiu com outras palavras. “Mais do que alterar o conteúdo dos sonhos, essa interação com o estado hipnagógico melhorou o desempenho de todos em tarefas que demandavam criatividade”, diz ele.
Quando foi usada a palavra “tigre”, a figura do grande felino surgiu nos sonhos da maior parte do grupo de 50 pessoas submetidas a um experimento com o Dormio. Segundo Horowitz, a mesma coisa se repetiu com outras palavras. “Mais do que alterar o conteúdo dos sonhos, essa interação com o estado hipnagógico melhorou o desempenho de todos em tarefas que demandavam criatividade”, diz ele.
Aromas inseridos na memória
Enquanto ele trabalha com a hipnagogia, sua colega no Dream Lab Judith Amores quer ir mais além e mudar o sonho em si, acessando um nível ainda mais profundo do subconsciente usando cheiros em vez de sons. O BioEssence é um wearable que funciona como o Dormio mas, em vez de emitir som, ele é um difusor de aromas.O objetivo é interferir no estágio conhecido como N3, que atua na consolidação da memória. Quando o voluntário chega nele, o BioEssence libera um perfume, que será associado por quem está dormindo a uma lembrança.
Conforme a pesquisadora explicou em entrevista à revista eletrônica Vice, o BioEssence pode ser usado como coadjuvante no tratamento de pacientes que têm memórias associadas ao transtorno do estresse pós-traumático (TEPT ). “Aromas anteriormente associados a coisas positivas e liberados durante os pesadelos podem levar à cura do paciente sem que ele esteja totalmente consciente".
Atitude considerada arrogante
Interferir no processo de geração dos sonhos não é unanimidade entre pesquisadores. Para o psicólogo e especialista em sono do Centro de Medicina Integrativa da Universidade do Arizona Rubin Naiman, a importância dos sonhos repousa em sua capacidade de evoluir por conta própria:“Hackear os sonhos é uma atitude arrogante e parte da premissa de que o subconsciente não é inteligente. Na verdade, ele é outro tipo de inteligência. Podemos aprender ao dialogar com ele em vez de dominá-lo ou tentar orientá-lo nas direções que queremos.”
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