A "nave-bolacha" e uma das fotos feitas durante o voo de testes. [Imagem: UCSB]
Teste de nave interestelar
As nanonaves projetadas para a primeira viagem interestelar cumpriram mais uma etapa de testes.A equipe da Universidade de Santa Bárbara, nos EUA, usou um balão para lançar um protótipo da nave espacial em miniatura, que poderá eventualmente se tornar a nanonave que os pesquisadores acreditam ser capaz de atingir velocidades relativísticas, para alcançar sistemas estelares próximos e exoplanetas, usando propulsão a laser.
"É parte de um processo de construção para o futuro e, ao longo do caminho, você testa cada parte do sistema para refiná-lo," disse o professor Philip Lubin, um dos proponentes da tecnologia. "É parte de um programa de longo prazo para desenvolver espaçonaves em miniatura para voos interplanetários e, eventualmente, para voos interestelares."
O protótipo, que a equipe chama de "espaçonave em escala wafer - wafers são as bolachas de silício usadas para fabricar processadores e outros chips - cabe na palma da mão. Ele foi lançado na estratosfera acima do estado da Pensilvânia, a uma altitude de 32 mil metros - três vezes a dos aviões comerciais - para avaliar sua funcionalidade e desempenho.
"Ela foi projetada para ter muitas das funções de espaçonaves muito maiores, como captura de imagens, transmissão de dados, incluindo comunicações a laser, determinação de atitude e detecção de campo magnético," disse o pesquisador Nic Rupert. "Devido aos rápidos avanços na microeletrônica, podemos encolher uma espaçonave em um formato muito menor do que foi feito anteriormente para aplicações especializadas como a nossa."
O protótipo de nanonave funcionou sem problemas e coletou mais de 4.000 imagens da Terra, no que Rupert disse ter sido "um excelente primeiro voo e que evoluirá dramaticamente a partir daqui".
Esquema da nanonave eletrônica. [Imagem: UCSB]
Propulsão de energia dirigida
O objetivo do projeto é construir uma bolacha de silício ultraleve (na escala de gramas) com eletrônica embarcada, capaz de ser lançada ao espaço enquanto retransmite dados para a Terra.Para a distância que os pesquisadores querem alcançar - cerca de 40 trilhões de quilômetros, viajando a uma fração significativa da velocidade da luz - a tecnologia necessária ainda é desafiadora.
Conhecida como propulsão de energia dirigida, a tecnologia requer a construção de lasers gigantescos na Terra para atuar como a propulsão à distância. Ou seja, o sistema de propulsão não viaja com a espaçonave, ele permanece na Terra.
"Se você tiver uma matriz de laser grande o suficiente, você pode realmente empurrar as bolachas com uma vela a laser para atingir nosso objetivo de 20% da velocidade da luz," disse Rupert. "Então você estaria em Alfa Centauro em algo como 20 anos."
Uma viagem prática, contudo, vai durar quase 70 anos porque é necessário prever a frenagem da nave para que ela não passe chispando pelo alvo.
Recursos para viagens interestelares
Parte de um empreendimento financiado pela NASA chamado Starlight, o esforço é apoiado também pela Fundação Breakthrough, onde é conhecido como Starshot. A Universidade de Santa Bárbara iniciou o projeto em 2009 com recursos do programa Spacegrant da NASA, recebendo fundos adicionais em 2015 por meio dos Conceitos Avançados da agência espacial.Em seguida, a equipe abordou a Fundação Breakthrough, do bilionário de tecnologia Yuri Milner, em 2016, da qual recebeu um aporte de US$ 100 milhões para validar a ideia.
Fonte: Inovação Tecnológica
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