Pilhas alcalinas vão se tornar recarregáveis

Bateria alcalina recarregável
As pilhas e baterias alcalinas comuns - não recarregáveis, que precisam ser jogadas fora quando perdem a carga - não são feitas de lítio, tipicamente usando dióxido de zinco e manganês, materiais que são muito mais baratos.
Fazendo apenas uma modificação no composto de dióxido de manganês usado nessas pilhas, Mylad Chamoun e seus colegas da Universidade de Estocolmo, na Suécia, descobriram que podem transformar as baterias alcalinas em baterias recarregáveis.
Os protótipos da nova bateria recarregável apresentaram uma capacidade estável durante os primeiros 200 ciclos de carga e descarga, perdendo cerca de 50% de sua capacidade após 2.000 ciclos. Para comparação, as baterias recarregáveis vendidas hoje prometem cerca de 1.000 ciclos de uso.
"Isso é bom em comparação com outras baterias. E estamos apenas no início da nova química da bateria; os próximos desenvolvimentos deverão melhorar continuamente sua expectativa de vida," disse Chamoun.
Pilhas alcalinas vão se tornar recarregáveis
Toda a química das pilhas comuns se mantém, sem a introdução de novos elementos caros ou danosos ao meio ambiente. [Imagem: Mylad Chamoun]

Baterias recarregáveis mais baratas
O pesquisador salienta as vantagens da química da bateria, que é à base de água. Assim, além do respeito ao meio ambiente, essas baterias têm um adicional de segurança: elas não explodem ou pegam fogo porque não se trata de "turbinar" as baterias alcalinas comuns - é apenas uma mexida na química, que usa apenas os mesmos zinco e manganês.
Outro ganho ambiental será na redução do número de pilhas e baterias comuns jogadas no lixo, já que elas poderão ser usadas não uma, mas milhares de vezes.
"É importante ressaltar que a química é barata. Nossa tecnologia vence no final se você comparar com outras técnicas. Se você olhar para o preço por energia armazenada, as melhores baterias de íons de lítio estão em 200 a 250 euros por quilowatt-hora, e as baterias chumbo-ácidas estão em 100 a 150 euros por quilowatt-hora. Nossa análise de custos sugere que provavelmente chegaremos a 20 a 40 euros por quilowatt-hora," disse Chamoun.
Com esse potencial de se aproximar de um décimo do custo de uma bateria de lítio, esta pode ser uma revolução no campo dos aparelhos portáteis, barateando muito o custo das baterias recarregáveis.
A descoberta chamou a atenção da Agência Sueca de Energia, que ajudou Chamoun a criar a Enerpoly, uma startup que comercializará a nova tecnologia de bateria recarregável.

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