Estudo projeta clima mais quente no Brasil neste século

Foi publicado o primeiro de três estudos realizados pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico criado pelo governo federal em 2009. O documento projeta, de forma geral, para este século temperaturas mais altas, diminuição das chuvas no Norte e Nordeste e aumento de chuva no Sul e Sudeste.
As mudanças no volume de chuva podem oscilar entre 5% e 20% e na temperatura de 1 grau Celsius (°C) a 5°C na temperatura até o final do século. Os índices dependem do aquecimento global e da emissão de gases de efeito estufa.
Há ainda a indicação de secas mais longas, principalmente nos biomas da amazônia, cerrado e caatinga. O coordenador do painel, Tércio Ambrizzi, alerta que os danos podem ser severos.
“Todas as projeções indicam que o Norte e Nordeste são as regiões que devem ter uma condição de menos chuva e mais temperatura. No entorno do semiárido, onde já chove pouco, isso torna a situação preocupante. Inclusive com a possibilidade de uma transformação da área para desértica”, destaca Ambrizzi que é também professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP).
Na Amazônia, segundo o estudo, haverá redução em 10% no volume de chuvas e aumento de temperatura de 1 ºC a 1,5°C até 2040. O desmatamento pode agravar a situação. A derrubada das matas elevará ainda mais a temperatura e diminuirá a umidade. “Constitui-se condições propícias à savanização da Amazônia, um problema mais crítico na região oriental [da floresta]”, destaca o texto do estudo.
Na Caatinga, deverá haver aumento de 0,5°C a 1°C de temperatura e decréscimo entre 10% a 20% de chuva durante as próximas três décadas. No Cerrado, haverá aumento de 1°C na temperatura e diminuição entre 10% a 20% das chuvas no mesmo período.
Em 30 anos, o Pantanal deverá ter acréscimo médio de 1°C na temperatura e diminuição entre 5% e 15% nos padrões de chuva. As projeções do painel demandaram três anos de estudos e envolveram mais de 300 cientistas brasileiros.
(Agência Gestão CT&I com informações da Agência Brasil)

Comentários