Bel Pesce aponta cinco tendências para os próximos cinco anos

Uma das cem pessoas mais influentes no Brasil em 2012, segundo a revista Época, e eleita empreendedora do ano pelo Prêmio Jovem Brasil, Bel Pesce, 25 anos, esteve nesta quinta-feira na Univates, em Lajeado. Autora dos livros A Menina do Vale e Procuram-se Super-Heróis, a paulistana tem um currículo que inclui o carimbo do reconhecido Massachusetts Institute of Technology (MIT) e passagem por Microsoft e Google. Além disso, concluiu cursos de Engenharia Elétrica, Ciências da Computação, Administração, Economia e Matemática. Há seis meses, Bel criou a Fazinova, startup que pretende descobrir, desenvolver e conectar empreendedores. A seguir, confira as tendências apontadas por Bel.
Redes sociais
"Ao mesmo tempo em que o mundo nunca foi tão conectado, o mercado está sofrendo muito. Ficou muito difícil entender o que as pessoas são de verdade. Um currículo não fala o que você é de verdade, porque cada pessoa é muito mais do que estudou e trabalhou. Talvez o seu hobby por fotografia seja tão relevante numa empresa quanto o que você aprendeu na faculdade. Para isso, as redes sociais devem se desenvolver e gerar um filtro de inovação e empreendedorismo. A divisão entre o profissional e o pessoal vai ser cada vez menos clara, não vão haver redes sociais distintas para isso."
Privacidade restrita
"É um assunto muito complexo e até meio medonho. Tem noção que já existem softwares que gravam o que você está fazendo mesmo com o seu computador desligado? Imagina só! Com o tempo, vai ser cada vez mais difícil ter privacidade, mas eu acho que as pessoas vão estar cada vem mais ok com não ter privacidade. E isso não é bom nem ruim. Acho que já está acontecendo, mas pessoas postam as coisas sem lembrar que o mundo inteiro está vendo. Isso vai mudar, vamos aprender a interagir com isso. Embora seja meio assustador o quanto a gente está exposto."
Dispositivos usáveis
"Entendo que cada vez mais o device (dispositivo) pessoal vai ser uma extensão do corpo, da própria vida. Acho que vai ser cada vez mais difícil viver sem ele e, com isso, dividir trabalho de lazer. Eu imagino que os wearables (eletrônicos usados no corpo) são um tipo de dispositivo intermediário, que vai ser realidade daqui a cinco anos. Equipamentos como o Google Glass, que é algo que se veste, mas que a tecnologia toda está no produto. Daqui a algumas décadas, vai surgir um chip, que você acopla ao corpo, e aprende a falar japonês, aí é você que desenvolve isso."
Inovação no dia a dia
"Inovação está muito mistificada. Inovação tem de ser algo do dia a dia. Você não tem de esperar pelo momento eureka. Inovação nada mais é do que perseverança, tentativa e erro e observação curiosa. São habilidades que todo mundo tem, mas que precisam ser incentivadas e praticadas. Eu acho que isso cada vez mais vai existir nos cursos."
Negócios digitais
"O que vai crescer muito é o consumo colaborativo. Enquanto o meu carro não está sendo usado, será que alguém pode usar? Ou será que você pode dar uma carona? A casa é sua, mas sua irmã está viajando. Será que você pode alugar o quarto dela? Essa é a ideia do consumo colaborativo. Existem empresas disso, principalmente nos EUA. Entendo que isso vai crescer muito e a gente vai até se chocar com o quanto vai mudar essa regra do que é meu e do que é seu. Acredito que isso nem vai mais existir. As pessoas querem cada vez ter menos, para serem livres e cidadãs do mundo."

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