Teleféricos podem resolver os problemas do transporte urbano?

Muito conhecidos pelos brasileiros como parte do cartão postal da cidade do Rio de Janeiro, os bondinhos podem ser parte da próxima onda de tecnologia que pretende aliviar o tráfego urbano. “O teleférico é um dos métodos de transporte que mais se propaga no mundo, além de ser largamente utilizado por indústrias como a mineração por exemplo, desde o século 19″ diz Steven Dales, especialista da área.
Então o que tem de inovador sobre teleféricos nos céus? As maiores vantagens estão ligadas a implementação de baixo custo, baixo impacto ambiental e a capacidade de utilizar o espaço aéreo ao invés do já tão saturado espaço terrestre.
Essa tendência parece promissora, cidades como Nova York, Londres e Hong Kong já possuem seus próprios teleféricos para o transporte de passageiros sobre rios, montanhas e áreas onde as opções de transporte em massa são escassas. Dale diz, no entanto, que a maior parte da absorção dessa tecnologia tem sido nos países em desenvolvimento, o que poderia ser explicado pelo custo relativamente baixo e rápida instalação.
Um dos argumentos mais citados para adoção dos teleféricos é a enorme redução de custos que isso pode proporcionar. Michael McDaniel, designer da “Frog Design” diz que os custos de instalação variam de US$3 milhões a US$12 milhões por milha, dependendo da infra estrutura atual da cidade. Enquanto são gastos aproximadamente US$400 milhões por milha na construção de linhas subterrâneas de metrô e US$36 milhões para construir trilhos de trem.
“Esses sistemas de transporte de cabo automotor são circuladores, alimentadores e solucionadores de problemas, quase ideias,” diz Dale. “Essa tecnologia pode ser implementada rapidamente com uma interrupção relativamente baixa da malha urbana, e a um preço competitivo quando comparado à outros meios de transporte. Os registros de segurança e ambientais do cabo automotor por sua vez, é incomparável á qualquer outra tecnologia de trânsito de ligação fixa.
McDaniel também apontou outra vitória para o teleférico: não ter um horário definido. “Eles vêm em intervalos de tempo, sem horário exato. Se você não se sentir confortável com um sujeito mal encarado dentro do vagão, é só esperar 30 segundos pelo próximo.”
Questionado  sobre quais projetos de teleféricos são considerados os mais importantes da atualidade, Dale disse, “a cidade de Medellin na Colômbia é importante por conta de seus três sistemas em operação e dois em fase de construção.
A cidade de La Paz na Bolívia também é importante por estar atualmente construindo a maior rede de teleféricos do mundo. A cidade de Lagos na Nigéria também merece atenção pelo número de passageiros que seu sistema espera atender por dia, literalmente centenas de milhares.”
“No nosso trabalho, nós estamos sempre atentos à relembrar as pessoas que nós não estamos dizendo que teleféricos são a resposta para tudo,” diz Dale. “Eles são simplesmente uma ferramenta na caixa de ferramentas de um planejador de trânsito. Nós acreditamos que as tecnologias de trânsito devem ser complementares, não competidoras. Quando desenvolvidas e implementadas da maneira correta, teleféricos são um sucesso extraordinário, mas apenas se implementados com eficiência.
O Emirate’s Air Line de Londres, bondinho construído para os jogos olímpicos de verão de  2012, pode ser o garoto-propaganda para projetos de teleféricos que deram errado. Embora o teleférico tenha registrado mais de 1.5 milhões de viagens entre Junho e Novembro, superando as expectativas, revelou-se praticamente incapaz de atrair os cidadãos. Nos dois meses após o encerramento dos jogos em Setembro, apenas 1 em cada 10 mil bilhetes foi comprado por um londrino. O fracasso se deve em parte ao fato do sistema ter sido visivelmente construído pensando nos turistas e não nos cidadãos.
Fonte: Mashable
O que você achou disso tudo, é válido? Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.

Comentários