Falta tecnologia para investir em terras raras, diz especialista

“Não são terras e nem raras. Temos em abundância, mas falta tecnologia para o desenvolvimento dessas substâncias”. Essa é a opinião do diretor-geral substituto da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Tadeu Carneiro. Ele foi um dos palestrantes da audiência pública sobre Terras Raras do Brasil, realizada nesta quinta-feira (27), no Senado Federal, em Brasília (DF).
Parlamentares e especialistas discursam sobre o potencial das terras raras no Brasil.Foto: José Cruz/Agência SenadoParlamentares e especialistas discursam sobre o potencial das terras raras no Brasil.Foto: José Cruz/Agência Senado
Para o especialista, o desenvolvimento da exploração de terras raras depende de investimento contínuo em conhecimento científico e tecnológico. “A falta desses conhecimentos impedem que as substâncias sejam exploradas e gerem mais valor agregado”, salientou.

Segundo o chefe-executivo da MBAC Fertilizantes, Antenor Silva, para o País crescer na produção dessas substâncias é preciso avançar muito e seguir como exemplos a China e Japão, líderes no mercado. “A China é o país que mais produz e consome insumos provenientes das Terras Raras. Já o Japão possui a tecnologia mais avançada no que diz respeito à exploração desses elementos”, observou.
Silva acrescentou que essas substâncias são responsáveis pela criação de computadores, televisões, lâmpadas e ar-condicionado, além de utilizarem tecnologias limpas. 
“Economizamos no preço de mercado, em gastos de energia e evitamos a poluição. Isso é ser tecnologicamente eficiente”.
A audiência contou com a presença de um especialista japonês no assunto, líder do grupo de pesquisa de recursos minerais do governo do Japão, Tetsuichi Takagi. Ele também destacou a relevância da China no setor das terras raras. “Nosso País possui metade das terras raras do mundo e somos responsáveis por 90% da produção mundial” .
De acordo com o coordenador-geral de Transporte, Mineração e Obras Civis do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Jorge Luiz Brito Cunha Reis, hoje não existe no órgão nenhuma solicitação de licenciamento relativo à exploração de terras raras, nem processos de licenciamento em análise.

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