Por Camilo Rocha
- 8 de junho de 2013
SÃO PAULO – O uso civil de drones ainda aguarda regulamentação, mas empresas que alugam esse tipo de equipamento no País estão cheias de trabalho. Na falta de legislação específica, elas seguem as regras do aeromodelismo. Além disso, dizem aceitar apenas trabalhos em que haja total segurança.
Registro. Drone filma projeto da Votorantim em Minas Gerais. FOTO: Divulgação
Os drones, também chamados no Brasil de veículos aéreos não tripulados (vants), são aviões ou helicópteros que voam sem piloto e são controlados a distância. Há desde modelos que cabem na palma da mão até veículos militares do tamanho de um avião convencional.
Seu uso civil cresce no mundo inteiro, mas carece de regulação em muitos países, incluindo nos EUA, maior mercado mundial. No Brasil, fabricantes pressionam a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que ela defina as regras para o setor.
Para as empresas que alugam esse equipamento no País, não faltam clientes. Os mais frequentes são produtoras de vídeo, construtoras e mineradoras. “O último vídeo que fizemos foi para a propaganda do Partido Republicano (PR)”, conta Vinicius Hipólito, sócio-fundador da AV Air Films, de Brasília, que aluga e vende drones. “Já filmamos casamentos, shows, eventos de skate.”
Já a Idrone.tv, de São Paulo, praticamente só aluga seus drones para filmagens. Seu fundador é o fotógrafo francês Eric Bergeri, que começou usando o equipamento para fotos aéreas, mas logo percebeu seu potencial para vídeo. Seus drones, todos de fabricação própria, já captaram imagens para clipes de Rita Lee e da banda NX Zero, além de propagandas para Fiat, Ford e prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
As empresas destacam as vantagens dos aparelhos para a captação de imagens. “Muitos clientes querem planos-sequência, que o helicóptero não pode fazer”, explica Hipólito. “Com o drone, você começa a filmagem a um metro e chegar a 100, 150 metros no mesmo take.” Ele explica que esse tipo de recurso foi usado, por exemplo, pela Votorantim para registro de suas minas, maquinário e projetos ambientais.
A outra vantagem está no preço. Uma diária de aluguel, que pode incluir mais de um aparelho e equipe de duas a três pessoas, varia entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil. Para alugar um helicóptero por uma hora, paga-se em média R$ 3 mil. Para o locador, o drone também é bom investimento, observa Hipólito. “Você investe R$ 12 mil em um aparelho e cobra uma diária entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil.”
As duas empresas enfatizam a preocupação com segurança, mesmo sem normas oficiais. “Seguimos as regras do aeromodelismo”, afirma Bergeri. O empresário garante que filmagens na cidade sempre contam com autorizações da polícia e do CET. “Já recusei trabalhos quando não havia segurança.”
Hipólito ressalta que seus aparelhos pesam até 7 quilos, voam a uma altitude máxima de 150 metros e “nunca saem do campo de visão dos operadores”. Ele conta que entre as diretrizes estudadas pela Anac está a liberação de voos de drones até 7 quilos.
A regulação será bem vinda na área. “Operamos numa área cinzenta”, diz Hipólito. Para ele, o equipamento vai baratear logo. “Isso causará uma explosão no uso. Se a regulamentação não estiver em vigor, poderá ser perigoso.”
Reivindicação |
O setor de fabricação de drones no País totaliza 12 empresas. Entre as normas para uso civil que pedem para a Anac definir estão categorias de veículos de operação para cada uma.
Fonte e demais informações: http://blogs.estadao.com.br/link/mesmo-sem-regulamentacao-aluguel-de-drones-e-bom-negocio/
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