Google testa balões para prover acesso à internet

O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS 
NOVA ZELÂNDIA — A Google deu início neste sábado aos testes do Project Loon, que pretende prover acesso global à internet por meio de equipamentos instalados em balões estratosféricos. Foram lançados 30 balões na Nova Zelândia, que vão oferecer acesso à rede em velocidade 3G para 50 pessoas no país que testarão a tecnologia.
— É difícil levar a internet a muitas partes do mundo — disse Richard DeVaul, diretor técnico do laboratório GoogleX em entrevista à BBC. — A ideia por trás do Loon é que deve ser mais fácil conectar o mundo usando o que existe em comum: o céu.
Os balões utilizados no projeto foram desenvolvidos pela Força Aérea americana nos anos 1950 e usam um filme de poliéster chamado Mylar. Eles são hermeticamente selados para comportar gases mais leves que o ar em alta pressão.
Cada balão tem 15 metros de diâmetro e carrega antenas de rádio, computadores de voo, sistema de controle de altitude e painéis solares para prover energia ao sistema. Eles voarão na estratosfera, a uma altitude de 20 quilômetros, o dobro da utilizada pela aviação comercial.
De acordo com a Google, eles ficarão no ar por cerca de 100 dias, provendo acesso à internet em uma região de 40 quilômetros de diâmetro em torno de cada balão. Empurrados pelo vento, os balões navegarão na direção leste para oeste.
Um dos primeiros a testar a tecnologia foi o fazendeiro Charles Nimmo, que mora na pequena cidade de Leeston. Na casa dele foi instalado um receptor do tamanho de uma bola de basquete que lembra o formato dos pins do Google Maps. No primeiro teste, Nimmo conseguiu acessar a internet por cerca de 15 minutos até o balão que estava provendo o acesso se afastar para fora da área de alcance.
— É excitante fazer parte de algo novo — disse Nimmo, em entrevista ao “The Guardian”.
Para participar do projeto, Nimmo se inscreveu no experimento. Ele é uma das pessoas que poderão se beneficiar da tecnologia caso ela se torne um produto comercial. Por viver em uma área rural, o acesso à internet é provido por satélite, que custa cerca de US$ 1 mil por mês.
Segundo a Google, durante os testes o acesso será intermitente, mas espera construir uma frota com milhares de balões que poderá oferecer links confiáveis para a população que vive em áreas remotas. A companhia também planeja utilizar a tecnologia em áreas afetadas por desastres, onde a infraestrutura de telecomunicações for comprometida.
O maior desafio para a equipe do projeto é controlar a direção dos balões. DeVaul explica que a ideia é que os balões se movam para cima e para baixo para alcançar ventos apropriados que possam controlar a direção do movimento.
— Nós não queríamos que eles fossem para onde o vento os levassem, nós queríamos que eles fossem para onde a internet fosse necessária em solo — disse. — Então nós temos que criar um balé coreográfico para a frota.

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