O mercado interno de autoveículos deverá contar com um crescimento de 3,5% no próximo ano. A projeção foi divulgada nesta segunda-feira (10), em São Paulo (SP), pelo vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan Yakibu. De acordo com ele, o percentual se dá pelo Programa Inovar-Auto, lançado pelo governo federal. “Nós apostamos alto nisso, não só na parte de competitividade à produção brasileira, mas também o incentivo à parte de engenharia”, afirmou.
O dirigente foi um dos participantes de um encontro realizado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na capital paulista. O evento reuniu empresários e representantes dos segmentos consumidores do setor no país.
Na opinião de Yakibu, a grande vantagem do Programa Inovar-Auto é que a iniciativa obriga não somente as empresas que já têm engenharia no Brasil, mas também as que querem produzir e comercializar no país, a investir em inovação tecnológica. “Acho que o governo federal percebeu que nós precisamos de uma engenharia e de uma parte de P&D bastante forte se nós quisermos sobreviver a médio prazo. Nem digo a longo prazo. Sem esse programa, nós não teríamos condições”, disse.
O dirigente destacou que o setor químico tem um papel relevante na indústria de veículos automotores. Na sua opinião, o tema eficiência energética é um dos desafios. “Nós precisamos de vocês, seja nos aditivos de combustíveis, seja nos novos materiais que permitam a redução do preço do veículo”, ressaltou.
Outra questão apontada foi o tema sustentabilidade. Durante a sua apresentação, o dirigente falou sobre a necessidade de desenvolver materiais que permitam uma reciclagem mais fácil dos veículos.
Na ocasião, Yakibu lembrou que a indústria de veículos automotores tem uma participação de 21% no Produto Interno Bruto (PIB) industrial e de 5% no total. Segundo ele, esses percentuais se referem à parte produtiva e não à pós-venda. “Temos um dos únicos produtos que paga muito imposto quando é vendido e continua pagando depois, seja com a prestação de serviços, seja com o abastecimento do veículo”, afirmou.
O dirigente ainda disse que embora seja pouco divulgado, existem várias montadoras que desenvolvem veículos integralmente no Brasil. “Nós já temos empresas aqui no país desenvolvendo modelos que são comercializados aqui e que são exportados. Temos engenharia, criatividade e design totalmente nacional”, disse.
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