Brasil permanece entre dez mais em energia limpa

Estudo da Ernst & Young analisa o potencial de 40 países para fontes renováveis como a eólica, solar e biomassa


Um relatório da consultoria internacional Ernst & Young que avalia os investimentos e adequação tecnológica para inserção de fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, coloca o Brasil como o décimo país nessa área. O estudo estipula índices para medir o potencial de 40 países no setor, sendo que China permance à frente, seguida pela Alemanha e o Estados Unidos.
Atualizado trimestralmente, o “Renewable Energy Country Attractiveness Index", de novembro de 2012, trouxe o Brasil mais uma vez na mesma posição, em relação ao relatório anterior. “As atuais condições globais macro-econômicas estão reforçando o papel dos mercados emergentes no futuro energético global”, analisou Gil Forer, Líder Global da Ernst & Young Cleantech.
O executivo acrescenta que as tecnologias têm apresentado custo cada vez mais competitivo, fazendo com que a importância dos subsídios governamentais diminua ao longo dos próximos anos, criando uma plataforma de crescimento sustetável tanto para os mercados desenvolvidos, quanto para os emergentes e a indústria do setor. O documento também identificou um considerável fluxo de investimentos chineses em mercado como a África e a América do Sul.
Segundo o estudo, países latino-americanos, especialmente o Brasil buscam oferecer incentivos para desenvolver esta indústria, como por exemplo, a aprovação por aqui, da regulamentação para o autogeração de energia pelos pequenos consumidores residenciais e comerciais, que poderão inclusive, injetar energia na rede, recebendo créditos por isso. No entanto o relatório cita que o governo brasileiro “não prevê a inclusão da fonte solar nos leilões no curto prazo”.
Para a Ernst, como no Brasil, outros países da região também tem focado o desenvolvimento do mercado de energia eólica, atraindo o investimento privado para o setor. “O esforço, aliada a uma certa estagnação em mercados tradicionais, levou fabricantes à reforçarem seu ollhar para a região em busca de oportunidades”. A consultoria calcula um crescimento de 33% das fontes altrenativas, até 2016, além de ressaltar que o aumento da concorrência tem deixado preços nos leilões abaixo dos US$ 70 MWh, mais baixos ainda nos mercados brasileiro, uruguaio e peruano.
Por outro lado, o levantamento coloca que a sinalização da forte concorrência, desperta um alerta em relação à lucratividade dos projetos, pelos níveis mais baixos de tarifa, o que cria menos espaço para erros e atrasos nos empreendimentos. O cenário reforça uma tendência dos investidores buscarem mais oportunidades no mercado livre, por conta dos preços reduzidos no ambiente regulado.
“No Brasil, um grande número de produtores independentes anunciaram a intenção em explorar negócios fora dos leilões, apostando no fornecimento de energia para os grandes consumidores coporativos”, esclarece o estudo.
LíderesNa liderança mundial, a Alemanha ultrapassou os Estados Unidos no último trimestre, ficando em segundo lugar, pois o governo alemão aumentou recentemente a meta do país para que a energia renovável seja responsável por 40% da matriz até 2020. O objetivo tem reforçado a implantação de medidas políticas para estimular o crescimento sustentável, refletindo em mudanças imediatas em torno de subsídios possíveis para fontes de energia como eólica, solar e biomassa.
Já nos EUA a incerteza sobre o longo prazo, combinada à preocupações sobre a continuidade dos incentivos e a disponibilidade de preços do gás natural, poderiam abrandar o crescimento do setor no curto e médio prazo, especialmente no setor eólico. No entanto quando se olha para o longo prazo, com o resultado as eleições norte-americanas pode-se esperar impulso das tecnologia limpas. Vale lembrar que o aumento das fontes de energia limpa foi uma forte bandeira do presidente eleito Barack Obama.
Globalmente, os investimento em energia limpa caíram 5% no terceiro trimestre, para US$ 56.6 bilhões, tendo os investidores sido influenciados pelo ceticismo sobre compromissos políticos com as energias renováveis e a redução contínua dos custos das tecnologias solar e eólica com impacto sobre os investimentos.

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