Crédito para inovação pode reduzir a partir de 30% dos custos de pesquisas desenvolvidas por companhias. Empresas brasileiras podem ser beneficiadas
São Paulo
Mesmo com a crise internacional, a França quer atrair empresas estrangeiras, inclusive brasileiras, para investir no país. O incentivo á companhias que desenvolvem pesquisa e inovação é bastante vantajoso devido ao programa “crédito fiscal para pesquisa” (Crédit Dímpôt Recherche- CIR) que dá no mínimo isenção de 30% de custos dos projetos em desenvolvimento que visam novas descobertas.
Segundo o Embaixador David Appia, presidente da Agência de Francesa para Investimentos Internacionais (Afii), todas as empresas que atuam na França podem participar dessas vantagens, “se a empresa gasta dinheiro em atividades de pesquisa eles [governo] vão pegar o benefício de redução dos custos, isso é um empurrão e um suporte muito forte para a inovação “, explicou durante seminário para divulgação da campanha “Diga oui a França diga oui a inovação” que ocorreu na última semana na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Na opinião da advogada Ariane Chateux, que também esteve presente no evento, o CIR “ é a melhor parte da legislação que existe na Europa pois é flexível e generosa”. Além do Brasil, Canadá, China, Estados Unidos e Índia são foco da campanha que para incentivar empresas que pretendem se internacionalizar a escolherem o país europeu. “Empresas brasileiras que forem para a França podem ter vantagens com um ambiente bom, suporte para pesquisa e desenvolvimento e inovação. Se você quer desenvolver a inovação a França é o País que você deve escolher pois temos muito a oferecer”, disse.
Segundo ele, além dos incentivos fiscais a localização geográfica do país é vantajosa pois uma empresa instalada ali pode se expandir para outros países da Europa. “Se essas empresas quiserem ir para o Norte da África, elas terão uma forte base na França, muito bem localizada, no coração do mercado Europeu e muito próxima do mercado africano e do oriente médio. Graças a uma boa infraestrutura é muito fácil ir da França para outros países, os empresários brasileiros irão encontrar um mercado muito dinâmico em diferentes setores”, completou.
O Embaixador Philippe Lecourtier, Diretor Geral da Câmara de Comércio do Brasil na França, chama a atenção para o esforço que o novo governo francês, do presidente François Holand, tem feito para estimular a economia do país e superar a crise. “A França tem promovido medidas rigorosas para reduzir os encargos trabalhistas e aumentar a competitividade das empresas. Nos primeiros anos, são previstos gastos de 20 bilhões de euros com essas desonerações trabalhistas”, disse.
Sobre o sistema CIR, Lecortier afirmou que Holand se comprometeu a mantê- lo durante os anos de sua gestão, que segundo o embaixador, custa ás contas públicas cerca de 5 bilhões de euros por ano.
Ainda sobre a crise, o Diretor da Câmara de Comércio do Brasil na França disse que os ativos das empresas francesas perderam valor devido a situação econômica “por outro lado, o real nunca esteve tão valorizado em relação ao euro, o que trás oportunidades para as empresas brasileiras”, afirmou.
Competitividade
Segundo o presidente da Afii, o governo francês pretende dobrar nos próximos quatro ou cinco anos o número de investimentos em inovação na França e que também pretende reestabelecer o equilíbrio das contas públicas do país até o ano de 2017.
“Muitas das empresas que encontrei no Brasil estão interessadas em ir para a Europa, em ir para a França pois nós pensamos que podemos oferecer oportunidade para acessar novas tecnologias e ganhar mais competitividade no mercado global”, completou.
Os principais setores da economia francesa, destacados por ele, são agronegócio, energia renovável, tecnologia da informação e biotecnologia, entre outros. O embaixador Lecourtier chama atenção para o fato de que o aumento da competitividade é uma questão que envolve ambas economias. “O problema principal da França também é a competitividade, principalmente com os países asiáticos e da América Latina, temos uma necessidade de incrementar nossa competitividade na concorrência internacional pois o protecionismo não é um bom sistema”.
Ele completa a idéia de similaridade dizendo que as duas economias são altamente complementares e possuem montantes de Produto Interno Bruto (PIB) parecidos com o quinto e sexto lugar no mundo.
Segundo Devanildo Damião, do Centro de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo “ as empresas inovadoras foram as que tiveram mais chances de sair da crise e se internacionalizar”.
Para André Palma, Diretor Executivo da Global Approach Consulting (GAC), “ a inovação representa competitividade e perenidade para uma empresa”.
Fonte e demais informações: http://www.panoramabrasil.com.br/politica/franca-estimula-entrada-de-empresas-estrangeiras-no-pais-id98501.html
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