Iniciativa do C.E.S.A.R será aberta para empresas de base tecnológica


Para aumentar o número de projetos inovadores o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) planeja abrir uma ação interna para empresas de base tecnológica. Em 2007, foi criado o Cesar Labs, um programa para apoiar ideias propostas pelos funcionários do instituto de pesquisa, que fornece toda a estrutura de softwares, hardwares, laboratórios e equipe jurídica.

A iniciativa foi uma maneira de estimular os funcionários a pensar em soluções de problemas complexos. E deu certo. O C.E.S.A.R recebeu 70 projetos, desses surgiram nove negócios e três  geraram renda. Em 2011, o Cesar Labs foi remodelado e a ideia é abrir a versão 2.0 para empreendedores de fora do polo tecnológico de Pernambuco.

“A ideia é assumir o risco de se criar uma empresa com as pessoas que querem inovar e não deixar boas oportunidades passarem em branco. O C.E.S.A.R Labs 2.0 deverá ser aberto a pessoas de fora do C.E.S.A.R em 2014”, afimou o idealizdor do projeto e superintendente do instituto de pesquisa, Sergio Cavalcante. “Temos que pensar em novos negócios, novas soluções, identificar novos mercados e ali desenvolver a atuação de uma nova companhia”, disse. 

O objetivo do C.E.S.A.R Labs é criar empresas do tipo buyable, ou seja, feitas para serem compradas por companhias. Para o cientista-chefe do C.E.S.A.R, Silvio Meira, essa é uma maneira importante de enfrentar obstáculos criados pela legislação brasileira burocrata, como é  por ele definida. 

“Nosso problema é estrutural. A dinâmica econômica para o setor de software impõe velocidade como um todo. Abrir e fechar uma empresa no Brasil é um processo muito lento. Eu mesmo, demorei 12 anos para conseguir fechar uma empresa que criei”, lamentou Meira.

De acordo com o cientista-chefe do C.E.S.A.R, vale a pena assumir o risco de criar novas companhias inovadoras. “Em tese, para fazer inovação em softwares ou ter resultados inovativos e empreendedores é muito mais simples que montar uma indústria porque precisamos de poucas coisas: um galpão, eletricidade, ar condicionado e laptops. Não temos nenhum equipamento aqui no C.E.S.A.R que custa mais de R$ 20 mil”, destacou. 

Sobre o C.E.S.A.R

O instituto foi fundado em 1996 como iniciativa para atrair novos investimentos ao Estado de Pernambuco, que sofreu com o fluxo migratório da economia e com a crise que o Brasil enfrentou na década de 1990. Meira afirma que uma economia regional com impacto na área de informática sumiu do Recife quando o Banorte, o maior do Nordeste, foi fechado.

Um grupo de professores decidiu se unir para criar novas situações para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) interagir com a sociedade e a ajudar na recuperação tecnológica e econômica da capital pernambucana. Hoje, o instituto tem 584 profissionais e contabilizou, em 2011, R$ 59,6 milhões em vendas para 58 clientes ativos, como Banco do Brasil, Cielo, Samsung, Caixa Econômica Federal e Siemens.

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