Educação: muito dinheiro no fundamental, pouco no superior


Segundo pesquisa da OCDE, o país investe mais que a média mundial no ensino primário e secundário, mas deixa a desejar quando o assunto é nível universitário


São Paulo – Um estudo publicado nesta terça pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil se destaca quando o assunto é investimento em educação, mas só no primário e secundário.
Os investimentos por aqui passaram de 10,5% do total de gastos públicos em 2000 para 16,8% em 2009, segundo o relatório “Olhar sobre a Educação 2012”. Na média dos países da OCDE, esse gasto é de 13% do total da despesa pública.
A maior parte desses investimentos foi para o ensino infantil, fundamental e médio. Os gastos com alunos do ensino primário e secundário, que eram relativamente baixos em 2005, aumentaram 149% até 2009.
Já o ensino superior não tem recebido tanta atenção dos cofres públicos. Em uma lista com 29 países, o Brasil ocupa a 23ª posição em aumento de gastos com alunos universitários. O gasto por estudante, aliás, diminuiu 2%, por não acompanhar o aumento no número de universitários.
Segundo o estudo, o governo brasileiro investe 5,5% do seu PIB em educação – sendo que a média dos outros países da OCDE é de 6,23%. Para os alunos do ensino superior, sobram apenas 0,8% do PIB, o quarto menor investimento entre 36 países.
Diploma universitário
Ter diploma de ensino superior é vantajoso em todos os países que participaram da pesquisa, mas no Brasil é ainda mais relevante.
Por aqui, a diferença salarial pode chegar ao triplo da média da diferença nos outros 34 países. A vantagem salarial média nos outros países é de 67% no caso dos homens e 59% no das mulheres.
Segundo o relatório “Olhar sobre a Educação 2012”, a diferença de salários aumentou consideravelmente durante os períodos de recessão econômica mundial. As pessoas com diplomas de curso superior continuaram tendo larga vantagem no mercado de trabalho.

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