Brasília, 9 de março de 2012 - Nº 1121 - Ano 11
Estão em estudo no governo federal melhorias na Lei do Bem (11.196/2005)
para ampliar os investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento
(P&D), que hoje patinam em 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Os
ajustes foram propostos pela Mobilização Empresarial pela Inovação
(MEI), comandada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Entre
as principais reivindicações do setor é possível citar a ampliação dos
incentivos previstos na legislação e elevar o universo de empresas
incentivadas, sejam aquelas que estão no lucro presumido ou no simples. A
MEI também solicita incentivos menos pró-ciclos, ou seja, utilizar
excesso em anos posteriores.
Segundo
o secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, já no próximo mês o
governo e o setor privado devem se reunir para discutir os principais
pontos. Alguns deles, como incentivo para recursos humanos internos ser
considerado, será atendido.
“Declarar
os investimentos efetivos em recursos humanos como algo mais passível
de dedução, certamente exonera a empresa, reduz o seu custo interno e
eleva a sua capacidade de produção”, disse em Curitiba, nesta
quinta-feira (8), durante o Fórum Conjunto dos Conselhos Nacionais de
Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e das
Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), em Curitiba (PR).
Na
opinião do setor privado, o aprimoramento do instrumento não é à toa,
visto que hoje menos de mil empresas se beneficiam desta legislação. “O
sistema tributário do Brasil é tão caótico, que a empresa tem que optar
pelo lucro real ou por este tipo de benefício”, observou o diretor de
Inovação da Confederação Nacional da Indústria, Paulo Mol, na capital
paranaense.
A
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), que
traça os horizontes para o período de 2012 a 2015, estabelece como meta
dobrar o número de empresas inovadoras que fazem uso da Lei do Bem. O
plano também tem como objetivo elevar o dispêndio empresarial em P&D
para 0,90% até 2014. Somado ao setor público, o gasto deverá ser de
1,80%, ante 1,19% registrado em 2010.
Debêntures
O secretário do MCTI também destacou que deverá ser publicada uma nova medida para alavancar os investimentos empresariais nas cadeias produtivas intensivas em PD&I. O instrumento direcionará a captação de recursos via debêntures e estabelece as mesmas alíquotas de investimento na área da infraestrutura - zero de IR para as pessoas físicas e 15% de IR para as pessoas jurídicas que investirem em debêntures emitidas por Empresa de Propósito Específico, para a produção inovadora. “As sociedades de propósito específico que possam ser constituídas em ativos tecnológicos, portanto, centralmente no que é apropriação do conhecimento para as cadeias produtivas, poderão emitir debêntures e elas serão dedutíveis no seu balanço. Estas instituições terão um processo de capitalização muito forte a nível nacional e internacional, já que a ideia central é que se possa captar recursos via debêntures por meio de parceiros internacionais”, explicou. (Cynthia Ribeiro, de Curitiba, para o Gestão C&T online)
Fonte e demais informações: http://www.gestaoct.org.br/
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