Já existe pele biotecnológica

Na Rússia teve início a produção de pele biotecnológica. Este material pode ser usado para reparar defeitos da pele e nas membranas mucosas após queimaduras, traumas, úlceras tróficas. Na cosmetologia o giamatrix – é este o nome do material –é visto como o elixir da juventude.

Há 10 anos que surgiu a ideia de criar uma pele equivalente à humana e produzi-la industrialmente. Foi em 2001 que o jovem cientista de Oremburg, Ramil Rakhmatullin deu o primeiro passo neste sentido ao estudar os polímeros do ácido hialurônico. Alguns anos mais tarde ele obteve o protótipo do novo biomaterial.

Por esta descoberta, Ramil Rakhmatullin foi agraciado com o diploma de laureado do famoso Prêmio Zvorykinsk de 2009 na área da Inovação. E agora, na pequena empresa junto à Universidade Oremburg, foi lançada a produção experimental de giamatrix.

Não se deve pensar que essa pele artificial é “costurada” no lugar da pele natural, como é mostrado no último filme de Pedro Almodóvar. Este biomaterial dá origem ao processo fisiológico da reparação dos tecidos, sendo como que a base para a formação de uma nova pele no local da lesão, disse Ramil Rakhmatullin:

A conquista mais importante, que nós colocamos na matriz da engenharia é a criação de condições favoráveis para a migração das células - em que ocorre a cicatrização primária. Ela é mais rápida e sem necessidade de fazer curativos. Esta é uma posição de princípio, que é uma inovação. Se fizermos uma comparação entre o avião convencional e o a jato, ambos são aviões, porém o a jato é mais poderoso e mais rápido.

De acordo com o cientista, o giamatrix é fácil de usar – adere à ferida e é absorvido no processo de cicatrização. O mais importante é que neste processo não existe a necessidade de curativos ou outro tipo de manipulação. Ele é mais barato que os análogos estrangeiros e possui uma biocompatibilidade mais elevada, bem como maior eficácia e melhores propriedades de bioengenharia. Além disso, um eventual descuido no seu armazenamento não estraga esse material, o que não acontece com a produção das empresas estrangeiras de biomateriais, o que torna possível a criação de uma reserva para situações militares ou de emergência.

Não são somente as queimaduras que podem ser tratadas com ajuda da biopele. O seu potencial está ainda sendo estudado na cosmetologia, disse Ramil Rakhmatullin:

A ideia principal é que, após a camada lesionada na superfície da pele ser removida e aplicado o novo material, este como que cria uma pele nova. Ou seja, protege contra infeções a área tratada e, ao mesmo tempo, estimula a formação de nova pele.

Agora na pequena empresa junto à Universidade de Orenburg o material giamatrix é produzido em pequenos lotes.

No mês que vem serão lançados aproximadamente 1500 pacotes. Essa quantidade é insuficiente para atender à demanda de biomaterial. No entanto, a produção de biopele vai aumentar gradualmente. O número de vítimas de queimaduras é de 700 mil pessoas anualmente, disse o autor da inovação, e nossa tarefa é ajudar a todos, sem exceção.

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