Indústria química prevê crescimento para 2012 mesmo com crise econômica

Brasília, 15 a 18 de dezembro de 2011 - Nº 1100 - Ano 11

Nem mesmo as incertezas do mercado econômico mundial tiram o otimismo da indústria química brasileira. Durante o Encontro Anual da Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim), realizado no dia 12, em São Paulo (SP), todos os segmentos do setor projetaram crescimento para 2012.
     De acordo com o presidente da Abiquim, Fernando Figueiredo, o próximo ano terá alterações  importantes para a cadeia produtiva da indústria química. “O governo federal está sinalizando mudanças que pedimos a tempo com o Regime Especial da Industria Química e tributação base para o ICMS [Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços] de produtos que chegam do exterior”, explicou. “Atualmente, o mercado brasileiro cresce em um bom ritmo, mas estamos sendo abastecidos pelos estrangeiros enquanto temos capacidade para produzirmos aqui esses produtos.”
     De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas), o mercado interno da indústria têxtil terá uma reviravolta. No próximo ano, uma grande empresa vai se instalar no país. Com isso, as importações devem cair 40%. As importações do setor em 2011 cresceram 10,4%, o que corresponde a US$ 969,2 milhões, enquanto as exportações caíram 15,4%. O déficit na balança comercial é o maior da indústria química: US$ 783,3 milhões
     A Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) foi o único segmento que apresentou saldo positivo na balança comercial, US$ 3 milhões. Impulsionada pelo crescimento da construção civil, a perspectiva de investimento na área é de US$ 2,5 bilhões até 2016. “O Brasil vai receber importantes eventos esportivos que vão fazer a demanda por tintas crescer cada vez mais”, avaliou.
     Cenário internacional
    
A situação delicada da economia da zona do euro teve destaque durante o Encontro Anual da Abiquim. Uma das palestras do evento explicou aos empresários o real panorama do bloco formado por 15 dos 27 países que compõem a Comunidade Econômica Europeia. O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, apresentou os possíveis cenários mundiais para a crise na Europa.
     Na sua opinião, a situação é delicada, mas não afetará muito o mercado brasileiro. “Os primeiros meses serão complicados e a economia brasileira vai desacelerar de forma intensa. No segundo semestre, as medidas adotadas pelo governo vão começar a surtir efeito e a atividade econômica irá se recuperar”, analisou acalmando os empresários brasileiros.
     As prevenções da zona do euro, segundo o economista, ainda não são satisfatórias. “A melhor saída é o Banco Central Europeu comprar todos os títulos da dívida”, disse. “A zona do euro não está preparada para suportar a saída de qualquer um dos países do bloco econômico.”
     (Felipe Linhares para o Gestão C&T online) 

Fonte e demais informações:  http://www.gestaoct.org.br/

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