MCT fortalecerá Processo Produtivo Básico no país, diz Mercadante

Brasília, 20 a 22 de junho de 2011 - Nº 1046 - Ano 11

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, destacou na última quinta-feira (16), em Brasília (DF), que uma das prioridades da pasta será induzir o Processo Produtivo Básico (PPB). De acordo com ele, os benefícios fiscais concedidos para a fabricação dos dispositivos que compõem o tablet no país, instituídos por meio da Portaria Interministerial Nº 126, de 1º de junho, serão estendidos para produtos como celulares e televisores. O objetivo é atrair indústrias de semicondutores e de displays para o Brasil.
     “Só 20 países do mundo produzem semicondutores e quatro displays. Nós queremos fazer parte desse grupo e ser o primeiro país ocidental a fabricar telas de toque”, anunciou durante a cerimônia de posse de cinco diretores de institutos ligados ao MCT.
     A PPB dos tablets definiu regras para o grau de nacionalização do produto ao longo dos anos, ou seja, qual o percentual de cada componente que pode ser importado e qual percentual que deve ser produzido no Brasil. A cada ano, vão aumentar os percentuais de peças produzidas.
     O interesse do ministro está apoiado no forte mercado interno brasileiro. Dados apresentados por Mercadante apontam que a cada ano são comprados no país cerca de 15 milhões de computadores. Já no quesito venda desses produtos estamos atrás somente da China e dos Estados Unidos. A produção de celulares ultrapassa 80 milhões de peças e de acordo com ele são fabricados mais de 12 milhões de televisores por ano.
     “Temos que ter uma política que utilize a força deste mercado interno para exigir conteúdo local na produção. No MCT vamos começar a exigir mais PPB. Quem quer usufruir do mercado brasileiro, dos incentivos fiscais e do financiamento público, terá que produzir aqui. Se quiser importar terá tarifa alta. É preciso ter barreira para a entrada de produtos”, falou. O objetivo é melhorar a balança comercial brasileira nas áreas de média e alta tecnologia.
     “A iniciativa de atrair a indústria de displays e de tablets para o Brasil representa o início de um novo ciclo de desenvolvimento industrial num patamar similar a vinda das indústrias automobilística ou aeronáutica”, avaliou o novo diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), Victor Pelegrini Mammana.
     O ministro também anunciou que essa conduta poderá ser estendida para outros setores da economia, como a área automobilística. Na avaliação de Mercadante, o país necessita de uma nova política para este setor, já que as importações crescem cerca de 49% ao ano.
     “Somos o quinto país produtor de automóvel no mundo e não temos uma máquina brasileira. Isso significa que não tivemos ao longo desses 60 anos uma política de transferência de tecnologia, uma questão fundamental para a soberania do país”, criticou. Para ele, é preciso revogar os incentivos fiscais para as montadoras que utilizam peças importadas.Elas estão usufruindo indevidamente desses benefícios e isso tem que acabar. Temos que priorizar as que geram emprego e renda aqui”, completou.
     Para saber mais sobre o MCT acesse o site www.mct.gov.br.
     (Cynthia Ribeiro para o Gestão C&T online) 

Fonte e demais informaçõeshttp://www.gestaoct.org.br/

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