Indústria de transformação espera desonerar folha de pagamento

Brasília, 26 a 29 de maio de 2011 - Nº 1039 - Ano 11
 
Durante a 10ª edição do Encontro Nacional de Inovação Tecnológica (Enitec), realizado nos dias 25 e 26, em São Paulo (SP), o presidente da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), João Carlos Basílio, levantou soluções para a diminuição do déficit tecnológico brasileiro, que em 2011 atingirá a marca de US$ 100 bilhões.

     De acordo com estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a indústria de transformação representa 36% da carga tributária e 16% do Produto Interno Bruto (PIB). Com base na pesquisa, a Protec defende a desoneração da folha de pagamento na ordem de 100% da indústria de transformação. Essa medida representaria algo em torno de R$ 20 bilhões que poderiam ser distribuídos para outros setores que possuem participação menor na carga tributária e maior destaque no PIB. “A indústria está ameaçada. A medida não resolveria todos os problemas, mas mostraria que o governo se preocupa com a necessidade do setor”.

     Outro ponto defendido pela entidade e representantes da indústria de transformação na tentativa de minimizar a guerra fiscal, ressalta Basílio, é alinhar as alíquotas de exportação para outros Estados de maneira uniforme nacionalmente, com taxas entre 2% e 4%. A iniciativa reduziria de forma significativa a tributação do ICMS. “A medida está em fase adiantada de discussão no Senado Federal”.

     Déficit comercial


     No primeiro painel do Enitec, nesta quarta-feira (25), João Alfredo Delgado, da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), informou que o déficit comercial do setor em 2010 foi de US$ 15 bilhões, enquanto que em 2004 era de apenas US$ 600 milhões. Este salto é conseqüência do aumento da importação. “Cerca de 60% do que é consumido no Brasil é importado, contra 40% de produtos nacionais. Para piorar, as indústrias nacionais também importam componentes”.

     O mesmo acontece em outros segmentos. Segundo o diretor de Tecnologia da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Nelson Freire, 60% dos fabricantes importam. Já no setor farmoquímico e farmacêutico, o déficit comercial é de US$ 5,5 bilhões. Mais de 90% dos fármacos usados para a produção de medicamentos no Brasil são importados.

     (Cristiane Rosa para o Gestão C&T online)

Fonte e demais informaçõeshttp://www.gestaoct.org.br/

Comentários