Visita de Obama pode resultar em parceria no setor energético e fim de barreiras comerciais

Brasília, 24 a 27 de março de 2011 - Nº 1022 - Ano 10

A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, realizada de 19 a 21 deste mês, poderá resultar no fortalecimento da cooperação bilateral em áreas estratégicas como petróleo e energias renováveis, assim como no fim de barreiras comerciais.
     Durante a Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, realizada no sábado (19), em Brasília (DF), foram assinados dez acordos entre as duas nações. Exemplo é o Tratado de Cooperação Econômica e Comercial (Teca), visto pela iniciativa privada brasileira como um instrumento importante para uma gestão mais adequada da crescente e diversificada agenda entre os dois países.
     “Este acordo vai permitir, de forma acertada, firme, que se resolvam questões para evitar a bitributação e barreiras técnicas e sanitárias no comércio bilateral”, avaliou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Ainda no encontro, que reuniu mais de 400 empresários, foi criada uma comissão especial para as relações econômicas e comerciais. A proposta é gerar uma maior integração econômica entre os dois países.
     Para ele, uma das questões estratégicas e urgentes nas relações bilaterais é o fim das barreiras americanas à importação do etanol brasileiro, que é sobretaxada. “No campo da energia renovável, Brasil e EUA são responsáveis por cerca de 80% da produção mundial de etanol. A liderança nesse campo depende do diálogo e de ações entre os dois países em normas técnicas e na eliminação de barreiras ao comércio”, pontuou.
     Robson Braga de Andrade mencionou, ainda, que falta explorar adequadamente a área de defesa como campo de inovação e integração de cadeias produtivas entre os dois países e defendeu ações articuladas do Brasil e EUA em questões ambientais e no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Não tenho dúvidas em afirmar que o Brasil e os Estados Unidos podem se integrar mais e melhor”, completou.
     De olho no pré-sal

    
Barack Obama destacou que a indústria norte-americana tem interesse em ser parceira do Brasil na exploração do pré-sal. De acordo com ele, o objetivo daquele país é investir fortemente na produção do petróleo brasileiro e elevar a importação desse combustível.
     “Os Estados Unidos podem ajudar fornecendo tecnologia e, depois, comprando petróleo”, sugeriu Obama. Hoje o Brasil é o oitavo maior fornecedor de combustíveis para os EUA e com a produção do pré-sal e a retomada da economia americana, as importações de petróleo poderão crescer exponencialmente.
     Mas, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, lembrou que a exploração do pré-sal provocará a formação de uma vasta cadeia de fornecedores, envolvendo não apenas empresas americanas, mas do mundo inteiro. “Haverá um movimento intenso no setor petrolífero”, antecipou. Atualmente os EUA consomem 2/3 do petróleo mundial.
     O governo americano também sinalizou que pretende ampliar a cooperação econômica em outros setores. Segundo Barack Obama é possível estabelecer parcerias para a produção de energia renovável e em infraestrutura, com a participação nas obras necessárias para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
     “A possibilidade de vender mais produtos e serviços para um mercado que cresce como o Brasil significa criar empregos nos Estados Unidos”, afirmou Obama. Para ele, as parcerias nesses setores são atrativas também para o Brasil e poderá gerar emprego e renda em solo nacional.
     (Com informações da CNI) 

Fonte e demais informações: http://www.gestaoct.org.br/

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