Pesquisadores do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais, da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFSC/USP), sintetizaram nanofibras para a regeneração de áreas infartadas do coração.
O infarto agudo do miocárdio (IAM) representa a principal causa de mortalidade e incapacidade no mundo e o seu crescimento acelerado em países em desenvolvimento como o Brasil, representa uma das questões de saúde pública mais relevante da atualidade. O IAM, popularmente conhecido como ataque cardíaco, se refere à morte de parte do músculo cardíaco (miocárdio) devido à obstrução do fluxo sanguíneo das artérias coronárias para o coração. Utilizando as equações de Maxwell os pesquisadores Alvaro Antonio Alencar de Queiroz (UNIFEI), Valtencir Zucolotto (IFSC/USP) e Edson Giuliani Ramos Fernandes (IFSC/USP) desenvolveram uma técnica para controlar o processo de fabricação de nanofibras biodegradáveis de raio controlável por eletrofiação.
As chamadas equações de Maxwell (em homenagem a James Clerk Maxwell) descrevem os fenômenos eletromagnéticos (elétricos e magnéticos). Para dar uma idéia do alcance dos fenômenos regidos pelas equações de Maxwell basta lembrar que a luz é um fenômeno de origem eletromagnética. Desde quando formuladas, há mais de um século, estas equações passaram pelos mais severos testes experimentais e constituem-se num dos pilares da Física. As nanofibras obtidas apresentaram fenômenos elétricos em sua superfície surpreendentemente diferentes dos materiais convencionais, proporcionando a adesão, crescimento e diferenciação de células do músculo cardíaco (miocárdio) em sua superfície. A descoberta abre uma frente de pesquisa na área de engenharia de tecidos biológicos cardíacos, permitindo atingir o que em alguns anos atrás era apenas ficção: a recuperação de áreas infartadas do coração.
Sobre as nanofibras são cultivadas células do miocárdio. O conjunto é então colocado sobre a área infartada permitindo a reconstrução do coração lesado e restaurando assim, suas funções normais. A pesquisa é apoiada pela Finep, CNPq e Fapemig. O trabalho foi destaque na página do IFSC/USP.
James Clerk Maxwell foi um físico e matemático britânico. Ele é mais conhecido por ter dado a sua forma final à teoria moderna do eletromagnetismo, que une a eletricidade, o magnetismo e a óptica.
Fonte: TV Uai
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