Seminário reforça papel da cooperação entre empresas e meio acadêmico

A integração entre entidades de pesquisa, empresas e órgãos governamentais e de fomento pode ser mais eficaz se houver flexibilidade de modelos e menos burocracia. Esta foi uma das conclusões do Seminário sobre Transferência de Tecnologia para Inovação, que aconteceu na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) de segunda-feira (25) até ontem (27).

No painel "Arranjos Institucionais Voltados para Transferência de Tecnologia e Inovação: Experiência Nacional" foram discutidos os efeitos da globalização, que criou um cenário mais competitivo e que gera forte pressão externa sobre as empresas brasileiras.

Para o gerente da Área de Desenvolvimento Industrial do Sebrae no Rio de Janeiro, Renato Regazzi, a competição global acontece entre cadeias produtivas e uma das saídas é investir nos Arranjos Produtivos Locais (APL) e promover a troca de informação entre setores distintos.

“A inovação é o que mantém a empresa sustentável. É importante difundir e compartilhar informações sobre ativos tangíveis e intangíveis para a geração de produtos singulares. A convergência setorial é necessária porque não se pode olhar um segmento de forma isolada. A interseção de conteúdos criativos, tecnológicos e tradicionais pode criar um sistema de inovação tecnológica e cultural”, defendeu Regazzi.

Estreitamento das relações com universidades, empresas, instituições de pesquisa no Brasil e no exterior é uma das políticas adotadas pela Braskem, quinta maior empresa química do mundo. Para Paulo Luiz de Andrade Coutinho, gerente da empresa, é preciso investir em diferentes estratégias para trazer o conhecimento de fora para dentro do empreendimento.

Identificar e selecionar as pesquisas de institutos de ciência e tecnologia alinhadas com os setores prioritários e atuar em parceria foi um dos pontos defendidos por Carlos Camerini, da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), para aumentar a produtividade e maior participação das micro e pequenas empresas neste segmento. “Em muitos casos, um pequeno avanço tecnológico pode ser decisivo para que empresas deste porte consigam se inserir na cadeia produtiva”, argumentou.

Pesquisa básica
Criar mecanismos que permitam investimentos que não exijam contrapartida financeira das empresas, mapear processos industriais para conhecer as melhores práticas, identificar gargalos e promover a aproximação com universidades são exemplos do trabalho desenvolvido pelo Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural (Prominp).

Como exemplo de interação,o consultor do Prominp, Guilherme Romanelli, citou a Petrobras, que investe tanto na pesquisa básica e aplicada e que mantém proximidade com empresas e universidades. "Direcionamento da agenda e de recursos e coordenação de todo o processo são alguns dos fatores de sucesso desta iniciativa", assinalou Romanelli.

O gerente de Informação Técnica e Propriedade Intelectual da Petrobras, Fernando Baratelli Júnior, também participou do seminário e assinalou o tema do evento. "Desenvolvimento próprio ou em conjunto de produtos ou processos, joint ventures e ampliação de contatos são algumas formas de transferência de tecnologia",afirmou

Fonte: Agência Sebrae Notícias

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