Mineirim - Plataforma Colaborativa para criar humanóides

Robô mineirim para todos Pesquisador mineiro propõe plataforma colaborativa que permite criar várias versões de humanoide.

Frederico Bottrel - Estado de Minas

 - (Robô Livre/ Divulgação)

Quem foi que disse que robótica é ciência complexa restrita a iniciados? Bom, muita gente disse. Mas um pesquisador mineiro nascido em Varginha, na Região Sul do estado, está desdizendo, a partir de uma plataforma livre. "Qualquer pessoa pode construir seu robô de baixo custo", apregoa Henrique Braga Foresti, radicado em Pernambuco, onde desenvolveu o Mnerim, um simpático robô bípede que é a prova viva da teoria. As experiências dele na criação da plataforma aberta em robótica serão compartilhadas em oficina no Festival de Arte Digital (FAD), em BH, na terça-feira: “Tanto que nem pedimos pré-requisito nenhum na oficina gratuita. Participa quem quer”.

O nome da simpática criatura de 32cm e 1,2kg não é mera coincidência. A sigla para Robô Móvel Nacional para o estudo da eletrônica, informática e mecânica foi modificada para aproveitar a brincadeira com a origem do criador. O Mnerim está na base de uma plataforma tecnológica aberta, na internet, à colaboração. Isso significa que contribuições para o desenvolvimento do sistema de novas versões do robô são muito bem-vindas.

Com isso, o projeto ganha flexibilidade para conversar com outras áreas do conhecimento. "A arte é uma delas. Na oficina do FAD estaremos focados nas maneiras como as tecnologias da robótica podem estar no centro de trabalhos artísticos bem interativos", diz Henrique. Ele lembra que a ficção científica se esbalda há tempos, na literatura, TV e cinema, em criar figuras que podem ser consideradas "projetos" de robô.

O pesquisador cita também um trabalho que desenvolve, no Recife, envolvendo envio de SMS, por parte do público. As mensagens impactam nas ações dos robôs, que respondem aos comandos: "O controle está nas mãos das pessoas". Ele também cita exemplo do espetáculo RUR, o nascimento do robô, do artista português Leonel Moura, que estreou em São Paulo em agosto.

O potencial para inclusão digital dos robôs é outro aspecto que merece atenção. A partir desse princípio de que o desenvolvimento pode estar acessível àqueles sem grandes conhecimentos técnicos, Henrique trabalha com jovens da rede pública de Pernambuco, em aulas de robótica, atreladas às disciplinas de física, matemática e língua portuguesa.

Embora alguns colégios particulares ofereçam aulas de robótica, Henrique acredita que não se trata de façanha impossível no ensino gratuito. O pesquisador faz a conta: "Hoje a criação de um robô é realmente simples. Os microcontroladores são pré-programados, o que já é um atalho. Por R$ 40 é possível comprar uma peça dessas. O conhecimento técnico está compartilhado, livremente, na internet. Um robô simples fica pronto com investimento de R$ 300”.

"Temos discussões em andamento para implantar projeto semelhante em escolas de Varginha até o meio de 2011", adianta Henrique. De acordo com ele, países com alto nível de desempenho em pesquisas robóticas, como Japão e China, só conseguem esse patamar porque preparam as crianças para raciocinar em robótica, desde muito cedo. "Por aqui as pessoas normalmente têm seu primeiro contato com a robótica já na graduação ou na pós, o que é muito tarde e nos deixa inevitavelmente em desvantagem", opina.

ATÉ NO PALCO

A palavra robô surgiu na literatura no texto do espetáculo RUR (Rossum’s Universal Robots), peça de 1920 escrita pelo tcheco Karel Capek. Robôs que se revoltavam contra humanos, no contexto da revolução industrial, eram interpretados por atores em figurino. O texto inspirou o artista português Leonel Moura a criar o espetáculo RUR, o nascimento do robô, que estreou em São Paulo.

Em cena, três robôs contracenam com três atores de verdade. As máquinas são programadas para obedecer às marcas e dizer as falas nas horas certas. Seriam totalmente independentes, não fosse por um sistema parecido com um ponto eletrônico, que informa as deixas (marcas na peça que servem de referência para falar ou se movimentar). A exceção é de um robô chamado babá, que é programado para fazer intervenções aleatórias e obrigar os atores a improvisar em cena.

PARA PARTICIPAR DA OFICINA
FAD Laboratório – Plataforma
Robótica Livre
Com Henrique Braga
Data: 7/9
A participação é gratuita, com inscrição antecipada. simposio@festivaldeartedigital.com.br (31) 3229-3131 / 9694-3545

Fonte e demais informações: http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/09/02/noticia_tecnologia,i=177694/ROBO+MINEIRIM+PARA+TODOS.shtml

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