2ª Conferência de Inovação Brasil-Estados Unidos

 

Washington, D.C. - O primeiro painel da 2ª Conferência de Inovação Brasil-Estados Unidos discutiu como será possível atender a demanda mundial crescente por alimentos e energia usando fontes alternativas de energia e menos água. Os participantes da mesa consideraram esse o desafio central para o desenvolvimento econômico nos próximos anos. “Temos que produzir mais com menos”, explicou o presidente da Universidade do Nebraska, James Milliken.
Uma das experiências discutidas foi a parceria da Cosan e da Shell no Brasil. As duas empresas vão usar tecnologia desenvolvida pela Codexis, companhia de alta tecnologia da Califórnia, para transformar parte da biomassa de cana, que hoje é subutilizada, em diesel e etanol. “Esse é o foco da nossa tecnologia. O Brasil será a nossa plataforma de exportação mundial, especialmente para a União Européia, onde há grande demanda”, disse o presidente da Codexis, Alan Shaw.
O gerente executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras, Carlos Tadeu da Costa Fraga, disse que a companhia, apesar do foco principal no petróleo, “está na competição” em busca de fontes alternativas de energia. A Petrobras criou uma empresa específica para o setor há quatro anos.
O assessor da diretoria de Tecnologia da Eletrobras, Djamil de Holanda Barbosa, mapeou os setores em que há espaço para colaboração entre Brasil e Estados Unidos. Energia eólica e solar no Nordeste brasileiro, transmissão de energia para grandes distâncias e o desenvolvimento de tecnologia de turbinas de vazão, usadas em hidrelétricas construídas em rios onde não há queda d'água, caso por exemplo, de Belo Monte.
Núcleos de inovação - A crescente urbanização no mundo criou desafios novos para as cidades. Já não basta garantir um lugar agradável, com infraestrutura e seguranças. O próximo passo é partir para “cidades inteligentes”, que reúnam não apenas qualidade de vida, mas se transformem num núcleo de inovação e um pólo de novas ideias.
Os participantes do seminário sobre “Urbanização e Cidades Inteligentes”, realizado durante 2a Conferência de Inovação Brasil-Estados Unidos, enfatizaram ainda a necessidade de estimular o empreendedorismo como uma das principais alavancas para a criação dessas cidades inteligentes.
O CEO do Instituto Gallup, James Clifton, lembrou do exemplo do Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde se concentram as empresas de alta tecnologia. Segundo ele, “talento atrai talento” e os profissionais vão buscar cada vez mais espaços onde possam encontrar outras pessoas que complementem suas habilidades.
São José dos Campos, sede da Embraer, é um exemplo do conceito de uma “cidade inteligente”. A partir da fabricação de aeronaves, foi possível criar um polo de alta tecnologia, atrair profissionais de ponta e criar na cidade uma cultura de desenvolvimento econômico.
A 2ª Conferência de Inovação Brasil-Estados Unidos é uma parceria entre a ABDI (Agência Brasileira de DesenvolvimentoIndustrial), o MBC (Movimento Brasil Competitivo) e o Conselho de Competitividade dos Estados Unidos (Council on Competitiviness). 

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