Brasil ainda investe pouco em inovação, educação e infraestrutura

Dados constantes de estudo encomendado pelo banco HSBC indicam que o Brasil investe muito pouco em inovação e apontam problemas nas áreas de educação e infraestrutura que dificultam o desenvolvimento nacional.

O relatório, baseado em pesquisas realizadas com 536 executivos em todo mundo salienta que o país nunca foi tão popular entre os investidores como é hoje. Os problemas apontados pelo relatório devem levar anos para serem dissolvidos. Nas vantagens do país, são apontadas as riquezas naturais, nos quais a agricultura, mineração e exploração de petróleo, devem se configurar como fontes vitais de recursos para investimentos em diversas áreas nos próximos anos.

O documento é dividido em duas partes. Na primeira é apresentada a política macroeconômica e o contexto industrial do país. Na segunda, são apontados as três áreas consideradas essenciais no ambiente operacional, o mercado de talento, a inovação e os dilemas enfrentados pelas empresas brasileiras para se expandirem no exterior.

Inovação

O quesito apresentou pontuação baixa no levantamento. Cerca de 57% dos executivos entrevistados não tem um plano de Pesquisa e Desenvolvimento, ou previsão de investimentos no curto prazo em projetos inovadores. Outros 51% ressaltaram que, atualmente, menos de 10% dos produtos e serviços efetivamente oferecidos por suas empresas foram desenvolvidos no Brasil. Por outro lado, 49% acreditam na capacidade “muito boa” ou “excelente” das empresas brasileiras em integrar modernas tecnologias usadas internacionalmente em suas operações. Apenas 6% acreditam que há um baixo potencial para o mesmo.

De acordo com o relatório, uma melhor educação e infra-estrutura, maior investimento em Pesquisa e Desenvolvimento e estreitamento das relações entre empresas e universidades teriam um impacto positivo na inovação. Dos entrevistados com base no Brasil e com trabalho junto às universidades locais, 60% dizem que o relacionamento tem sido positivo e, 12%, muito positivo. Por outro lado, menos de um quarto (23%) diz que a cooperação não correspondeu às expectativas.

Educação

Os problemas na educação devem impactar diretamente na oferta de mão de obra qualificada para as empresas. Os problemas estruturais da educação colocam os brasileiros entre os menos educados no mundo.

Um terço dos investidores entrevistados acredita que o déficit de competências é um dos principais problemas das empresas em operação, a ponto de 47% das empresas atuantes no país e com sede nos EUA pontuarem a questão como o maior desafio. Currículos acadêmicos mais relevantes, melhor formação do corpo docente e financiamento ao ensino são apontados como ações para minimizar o problema.

Infraestrutura

O estudo conclui que a infra-estrutura pobre é um pesado fardo para as empresas brasileiras, figurando no topo da lista de obstáculos enfrentados pelos investidores no Brasil. Quase metade dos entrevistados apontou como principal obstáculo a infraestrutura de baixa qualidade.

Mesmo com algumas melhorias na área de logística, o transporte de mercadorias é bastante dependente do modal rodoviário, que possui fretes caros. Há poucas ferrovias e o potencial hidroviário é ainda inexplorado, além de portos e aeroportos congestionados. Esses problemas podem representar um quarto, ou mais, do custo das mercadorias, segundo os investidores consultados na pesquisa.

Parceria com a China

De acordo com o relatório, a China se tornou a maior parceira comercial do Brasil e isto foi um dos acertos políticos do governo do presidente Lula. O Brasil também ampliou sua participação no comércio com o resto da América Latina, outros países asiáticos, do Oriente Médio e África, especialmente na agricultura.

As marcas brasileiras ainda não têm o destaque global de seus pares ocidentais, 84% dos entrevistados dizem que as mesmas não são bem conhecidas ou conceituados no exterior. Apenas 3% dos entrevistados acreditam que as marcas brasileiras são reconhecidas e conceituadas. No entanto, há uma recepção calorosa para os produtos brasileiros na China, segundo 24% dos entrevistados.

Fonte: Brasilianas.org

Fonte e demais informações: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=2&id_noticia=135585

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