Alunos da Engenharia de Controle e Automação constroem banda de robôs

Muitos querem ter uma banda. Alguns, para conseguir, convidam guitarrista, vocalista; outros constroem robôs e os programam para tocar aquilo que querem. Esta foi a alternativa escolhida pelos alunos da disciplina Introdução à Engenharia de Controle e Automação, no 1º semestre de 2010, do curso Engenharia de Controle e Automação, da UFMG. Além de elaborar robôs, os estudantes tiveram que simular o funcionamento de uma empresa real, realizando planejamento de tempo, de custo e respondendo às demandas de um cliente.

A banda robô foi composta por três instrumentos – violão, bateria e teclado – que tinham que funcionar harmonicamente ao fim do processo. A montagem dos robôs foi feita utilizando lego mindstorms, pecinhas semelhantes às do brinquedo infantil, produto elaborado especificamente para robótica. Ele possui sensores e controladores que permitem programação por computador.

O trabalho foi distribuído em cinco grupos que se responsabilizaram pela construção dos instrumentos musicais. Foram destinadas duas equipes para a montagem do violonista, duas para o tecladista e um para a bateria. Por fim, as equipes se reuniram para sincronizar os três robôs e fazer com que tocassem compassados. Segundo a professora Carmela Polito Braga, que dividia o comando da disciplina com Patrícia Pena, “esse trabalho é feito de forma intuitiva, na base do erro e acerto”. Mas, segundo ela, isso não implica a ausência dos principais fundamentos da engenharia em sua construção. “A atividade possibilita que os alunos tenham contato intenso com os conceitos”, aponta.

A aluna Olívia Coelho, participante do grupo encarregado de construir o robô violonista, deixa claro o caráter experimental do projeto. Segundo ela, ao longo do processo surgiram dificuldades que precisaram ser superadas com criatividade e agilidade, pois havia pouco tempo para concluir o trabalho. Ela aponta que o lego não foi suficiente para o objetivo dos alunos e a solução foi reforçá-lo. “Com o lego, não tínhamos a força necessária para apertar as cordas do violão, então tivemos que adaptar as engrenagens para aumentar a força da estrutura que apertaria as cordas”, destaca a estudante.

Os robôs eram programados por meio de controladores. Na fase inicial, essa programação era feita individualmente, ficando cada grupo responsável pelo seu instrumento. Posteriormente, a tarefa de sincronizar todos os aparelhos se torna coletiva. Como explica Olívia, a dificuldade foi fazer que as máquinas tocassem ao mesmo tempo e formassem, pela soma de suas atividades, as músicas desejadas – Eye of the tiger, da banda Survivor e Smoke on the water, do Deep Purple.

“A harmonização foi feita adaptando-se o tempo da bateria e do teclado ao do violão, que era o mais lento e menos ajustável”, diz. A sincronia acontece por meio de infravermelho. As máquinas, devido à programação, se comunicavam indicando o momento de começarem a música. “Um dos robôs foi programado para enviar um sinal para que todos começassem a tocar juntos.”, explica a estudante.

Empresa
Para simular a estrutura de uma empresa, a disciplina utilizou uma nova metodologia de ensino. De acordo com a professora Carmela Braga, esse foi o primeiro período em que se aplicou esse método. “O objetivo era integrar as etapas do processo de produção como ocorre em uma empresa”, afirma.

A turma era dividida em grupos, com gerentes e coordenadores escolhidos entre os alunos do 1º período, responsáveis pela organização. Os primeiros eram incumbidos de estruturar o trabalho dos grupos vinculados a um dos instrumentos, o outro tinha por função o acompanhamento de todas as equipes. Também havia clientes, representados pelos monitores da disciplina. Estes, alunos de períodos mais avançados, pediam o produto às equipes e também as ajudavam em suas dúvidas.

Olívia, gerente de equipe, viu nesse trabalho uma boa oportunidade de ter acesso ao cotidiano dos profissionais da área atuantes no mercado de trabalho. “Foi bom poder trabalhar com automação, que é o mais interessante para mim, e ao mesmo tempo tomar conhecimento de como funciona uma empresa”, conta a estudante.

Fonte: Notícias da UFMG

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