Nobel de Química vai para cientistas que desenvolveram métodos para entender o funcionamento de proteínas e outras moléculas complexas

Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
O Prêmio Nobel de Química deste ano foi para um trio de pesquisadores que uniu as leis da física para revolucionar o estudo de moléculas e reações químicas. Os laureados são o austríaco Martin Karplus, afiliado às universidades de Estrasburgo e Harvard; o sul-africano Michael Levitt, da Universidade Stanford; e o israelense Arieh Warshel, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Eles foram responsáveis, na década de 1970, por unir conceitos da mecânica quântica e da física clássica newtoniana no mundo da química, abrindo caminho para a compreensão do funcionamento de moléculas, reações enzimáticas e outros sistemas químicos complexos, como a fotossíntese, não só por meio de experimentos práticos, mas da aplicação de modelos teóricos capazes de simular esses processos em computadores. Por “levar a experimentação ao ciberespaço”, nas palavras da organização do prêmio.
“O que fizemos foi desenvolver um método computacional que nos permite olhar para a estrutura de uma proteína e entender como exatamente ela faz o que faz”, resumiu Warshel, em uma rápida entrevista via internet, transmitida após o anúncio do prêmio na Academia Real de Ciências da Suécia. Essa compreensão é absolutamente essencial, por exemplo, para o desenvolvimento de novos medicamentos, painéis solares, catalisadores veiculares e qualquer outro produto que dependa de reações químicas para funcionar. “Ou, no meu caso, simplesmente para satisfazer nossa curiosidade”, completou Warshel, em uma declaração de amor à ciência mais básica e pura — que é a base fundamental para o desenvolvimento de toda e qualquer aplicação tecnológica do conhecimento...

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