O que é preciso para se dar bem no setor de mineração

Marco regulatório da mineração vai turbinar número de oportunidades profissionais e mercado passa a exigir novo perfil de profissionais

São Paulo – Profissionais de olho no setor de mineração só têm a comemorar. Apresentado na semana passada pelo governo e encaminhado ao Congresso Nacional, o marco regulatório da mineração promete aquecer o segmento no Brasil, abrindo novas oportunidades profissionais.
É o que diz Fernando Guedes, diretor da Fesa de BH. “O formato de exploração de minério deve ficar parecido com o de petróleo. O governo espera ganhar dinamismo no trâmite de licenças tanto as ambientais quanto as de exploração”, diz.
De acordo com ele, toda a cadeia de exploração de minério deverá ter mais oportunidades já que o atraso atual na assinatura final do novo código tem segurado projetos de exploração de novas jazidas.
“Embora a gente ainda não saiba quanto isso representará, de fato, em números, de construtores a fornecedores de materiais precisarão de níveis gerenciais e diretivos para gestão contratos e de novas operações”, explica.
Mercado exige novo perfil
E o perfil exigido dos gerentes e dos diretores muda, segundo ele. “Hoje em dia existem profissionais com vasta experiência técnica, mas o desafio agora é agregar conhecimento estratégico para estruturar o retorno sobre o capital investido”, explica. A capacidade valorizada pelos recrutadores será de viabilização do negócio, desde a concepção, execução e acompanhamento, de acordo com Guedes.
Ou seja, o profissional capacitado para gerenciar recursos e orçamento, e com experiência técnica, sai na frente. “Essa mudança trazida pelo marco regulatório implica em concessões que tornam o processo mais competitivo, então as empresas vão oferecer solução de negócios já que haverá concorrência para explorar”, explica.
A cobrança para quem trabalha no setor será no sentido de gerir um contrato em uma condição pré-estabelecida. “Se hoje há o foco técnico e o profissional deve garantir, por exemplo, a produção de 5 toneladas de minério, com o novo modelo ele terá que garantir a produção respeitando o valor estabelecido no momento da licitação”, diz.
Formações em engenharia de minas, engenharia de petróleo, mecânica e de metalurgia são, além de geologia, as que mais se destacam no setor. Especialização em gestão de projetos e conhecimentos de inglês são diferenciais que aumentam as chances de garantir uma posição mais elevada em empresas de exploração de minério ou em fornecedoras de materiais o segmento, diz
Para funções gerenciais, têm mais chances, profissionais com a partir de 10 anos de experiência. “Há uma distancia natural entre a academia o campo. As escolas tentam mas não conseguem simular inteiramente a realidade de um campo de exploração”, justifica Guedes.
Os recém-formados encontram espaço no setor em funções de suporte a projetos. “Há condições de atuar em estágios e, depois, de formado, em campo em níveis operacionais. No curso eles já são informados de que precisam ir onde estão as jazidas de minérios para aprender na prática os meandros do processo de exploração”, diz.

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