Brasil e Estados Unidos pretendem estabelecer parceria nas áreas de educação, pesquisa e inovação


A falta de conhecimento na hora de elaborar projetos tem sido uma das principais razões para a rejeição de propostas por parte das agências de fomento e instituições de apoio financeiro da área de CT&I. Dados da Finep mostram que no último edital de subvenção econômica, lançado em 2010, quase 90% dos projetos foram negados em primeira análise. 

Para tentar suprir esse problema a ABIPTI realizou, de 20 a 23 de novembro, em Brasília (DF), o curso “Elaboração de Projetos e Captação de Recursos Financeiros em Ciência, Tecnologia e Inovação: Da Teoria à Prática”. 

De acordo com o diretor de Relações Interinstitucionais da ABIPTI e instrutor do curso, Félix Silva, as dificuldades na hora de desenvolver o projeto estão em vários aspectos, desde a pouca leitura de um edital até a falta de lógica na hora de se estruturar um projeto. “Muita gente usa uma colcha de retalhos, copia a informação e aquilo fica muito evidente na hora de elaborar um projeto. As agências hoje estão muito mais criteriosas na hora da avaliação das propostas, não só no mérito, mas também no formato”, afirmou. 

A falta de refinamento na hora de elaborar um projeto pode acontecer até mesmo com instituições acostumadas com propostas selecionadas em editais. “Os conhecimentos adquiridos certamente contribuirão com o aumento da taxa de sucesso de futuros projetos”, relatou o gerente de Inovação e Transferência de Tecnologia do Centro de Apoio ao Desenolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT), Adalberto Pinheiro.


Prática 

O curso, segundo Félix, oferece subsídios para facilitar o entendimento de como estruturar os projetos de forma mais consistente. Para isso, os organizadores dividiram os participantes em equipes de cinco pessoas para poder elaborar uma proposta. Os projetos feitos nesta fase serão avaliados por uma banca e podem até ser repassados para editais que estejam em aberto.

O gerente de Inovação e Transferência de Tecnologia do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), Adalberto Pinheiro, foi um dos participantes que destacou a importância da capacitação. “A nossa instituição gerencia um grande número de projetos. Alguns deles já foram reprovados. Os conhecimentos adquiridos certamente contribuirão com o aumento da taxa de sucesso de futuros projetos”, afirmou. 

Além da estruturação das propostas, outro fator que compromete a aprovação é a falta de indicadores. O instrutor do curso ressalta que dados como esses são vitais para mensurar o quanto determinado projeto é capaz de contribuir para modificar o problema encontrado. “É importante ter um alinhamento lógico em toda essa cadeia, onde fique claro que aqueles objetivos específicos contemplem tais atividades. E para isso é necessário ter indicadores precisos. As instituições de fomento priorizam muito essa questão. Quanto mais números, mais consistente é o projeto”, analisa. 

Essa foi a segunda edição do curso. O treinamento, que teve a duração de 40 horas, capacitou 34 profissionais com aulas expositivas, trabalhos práticos, oficinas e aula a distância. 

O curso teve mais de 60 indicações de inscrição. Segundo Félix, o que impressionou foi a quantidade de participantes dos mais variados Estados. Pouco mais de 70% dos presentes vieram de fora do DF. De acordo com ele, esse é um motivo claro para que a capacitação seja  levada para o resto do país. Uma nova edição da iniciativa está prevista para a primeira quinzena de março de 2013, também em Brasília.


Novo foco

De acordo com Silva, muitas instituições são bem sucedidas na elaboração e na captação de recursos financeiros, mas depois têm dificuldades na execução.  “Existem situações que há necessidade de devolver recursos por falta de competência na hora de executar o projeto”, revela.

Durante a capacitação, foram apresentadas várias etapas de execução, destacando aspectos que restringem o desenvolvimento adequado do projeto. No entanto, Félix acredita que essa é uma faceta do processo que deveria ser mais bem explorada, podendo ser um fator motivador para um curso específico de gerenciamento de projetos.


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