Anprotec discute o futuro do empreendedorismo


A última sessão plenária do Seminário Nacional da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), realizada no dia 20 de setembro, em Foz do Iguaçu (PR), discutiu o futuro do empreendedorismo nos próximos 25 anos. O debate mostrou quatro visões diferentes que integram o movimento: a dos gestores dos ambientes de inovação, a dos empresários, a das universidades e a do governo. A presidente da Anprotec, Francilene Garcia, atuou como mediadora da discussão. “Precisamos ver o que está por vir em termos de modelo e sustentabilidade para os ambientes de inovação. Além disso, temos que ver o panorama mundial: que avanços as incubadoras e parques de fora têm alcançado”, disse.

O diretor do Sapiens Parque, José Eduardo Fiates, afirmou que os parques do futuro terão que possuir “laboratórios vivos”, desenvolver suas próprias marcas, servir como hotel de laboratórios e oferecer facilidades à população das cidades, dentre outros aspectos. “O movimento de empreendedorismo inovador se desenvolveu no Brasil de maneira diferente da Europa. Aqui, desde o início começamos a atuar com incubação e promoção do empreendedorismo. Lá, o foco inicial foram os parques tecnológicos e a incubação é um desafio para eles, enquanto para nós isso é natural”, disse.

O reitor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Renato Nunes, destacou a necessidade de mudar a cultura universitária, que, segundo ele, ainda não percebe a importância do empreendedorismo e dos ambientes de inovação. “Se a nossa universidade [Unifei] sai do parque que está sendo construído, ele fecha. Precisamos da cultura da inovação. Isso não é natural nos líderes acadêmicos”, comentou.

Partindo da visão dos empreendedores do movimento, Fernando Kreutz, presidente da FK Biotecnologia, apontou outros desafios. Dentre eles, o executivo destacou a importância da internacionalização das empresas e da criação de um marco legal para dar base à atuação dos investidores-anjo no país. “Temos muita expectativa da sociedade, enfrentamos uma competição tecnológica global, temos um novo modelo de interação entre países. São muitos desafios”, disse.

O coordenador de Serviços Tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mario Campagnolo, ressaltou que os recursos para investimento em parques e incubadoras são limitados e que o governo precisa ser seletivo na hora de alocá-los. Ele citou como desafios a questão da segurança jurídica para atração de capital privado para os parques, a necessidade de mudança da cultura universitária e do engajamento de lideranças acadêmicas, e a importância de que os parques estejam sintonizados com as estratégicas locais, regionais e nacionais.

Campagnolo disse, ainda, que o MCTI está estruturando um programa de apoio direto a empreendedores, tendo como base os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), financiando empresas e projetos ainda na fase de pré-incubação.

(Com informações da Anprotec)


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