A corrida pela excelência

 Edição Impressa 189 - Novembro 2011

Os países em desenvolvimento devem investir em universidades de pesquisa de classe mundial apenas depois de criarem um sistema de educação superior consistente, recomenda um relatório do Banco Mundial. O documento examina a experiência de 11 universidades públicas e privadas em nove países da África, Ásia, América Latina e Leste Europeu. As instituições de melhor desempenho exibem características como elevada concentração de professores e alunos talentosos, recursos em abundância e visão estratégica. “Dinheiro é importante, mas o quadro regulatório e os mecanismos de governança são fundamentais”, disse à agência SciDev.Net Jamil Salmi, coordenador para educação superior do Banco Mundial. Circunstâncias políticas e econômicas também podem ser decisivas. A Universidade de Ibadan, na Nigéria, perdeu seus pesquisadores mais talentosos durante sucessivas ditaduras militares, enquanto o crescimento econômico da Índia tem atraído muitos pesquisadores que haviam migrado. Salmi atribui o rápido crescimento da Universidade Hong Kong de Ciência e Tecnologia “à política sistemática de atrair pesquisadores chineses que haviam migrado”. José Joaquín Brunner, ex-ministro da Educação do Chile, criticou a corrida para criar instituições desse tipo. “Os países devem buscar sistemas de ensino superior que respondam às suas necessidades, com foco na formação de capital humano e na produção de conhecimento relevante”, avaliou. 

Comentários