Governo eleva recursos para inovação no Brasil

 Brasília, 4 a 7 de agosto de 2011 - Nº 1062 - Ano 11

O Plano Brasil Maior, lançado oficialmente em Brasília (DF), na última terça-feira (2), pela presidente da República, Dilma Rousseff, elevou os recursos para financiar a inovação no país. O acréscimo será via Programa de Sustentação do Investimento (PSI), operado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que terá um orçamento de R$ 75 bilhões.

     A medida também incluiu novos programas no PSI, que contemplam as áreas de componentes e serviços técnicos especializados; equipamentos de tecnologias da informação e comunicação (TICs) produzidos no país; ônibus híbridos; entre outros. Os recursos deverão ser aplicados até o final de 2012.

     “Em todos os países desenvolvidos existem financiamentos especiais para a inovação e o Brasil precisa estabelecer um gasto público sistêmico para dar sustentação ao sistema”, disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em São Paulo (SP), durante evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

     A carteira de crédito da Finep também teve um acréscimo de R$ 2 bilhões, via PSI, e segundo o MCT, os novos recursos serão aplicados em projetos inovadores de empresas. Serão atendidas cerca de 80 iniciativas em áreas consideradas prioritárias, como energia, saúde, aeroespacial, novos materiais, defesa, sustentabilidade ambiental, biodiversidade e TICs. As taxas desta operação variam entre 4% a 5% ao ano.

     “Hoje, o BNDES e a Finep têm uma janela única de diálogo com o setor privado”, completou Coutinho. De acordo com ele, a ideia é triplicar o gasto privado do país em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos próximos anos, que hoje patina em 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,5% praticado pelas grandes economias.

     Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o gasto das empresas brasileiras com inovação teve alta nos últimos anos. Em 2010, o país registrou um aumento de 38% dos recursos da Lei do Bem (11.196/2005). Já os recursos da Finep para crédito e subvenção econômica passaram de R$ 1 bilhão no ano passado para R$ 5 bilhões em 2011, somada a esta cifra o aporte de R$ 2 bilhões via PSI. “Estes dados dão sinais claros que as empresas estão mais preocupadas em inovar e vamos oferecer instrumentos para isso”, disse Mercadante em São Paulo (SP), ontem (3).

     Projetos compartilhados

    
Luciano Coutinho também antecipou que está em estudo o estabelecimento de mecanismos para o desenvolvimento de projetos compartilhados de inovação. A proposta é atender projetos de grande porte, que exijam planta piloto e recursos de larga escala, com apoio via subvenção econômica, com investimentos intensivos em capital na etapa de P&D.

     Poderão ser atendidos setores de energia, semicondutores, química, petroquímica, entre outros, em que haja interesse tanto do setor público, como do setor privado. “Quando você tem um projeto de alto risco e custo e o governo articula a pesquisa pré-competitiva é possível acelerar muito o processo de inovação do país. Precisamos fazer isso aqui”, disse.

     (Cynthia Ribeiro para o Gestão C&T online com informações do MCT) 

Fonte e demais informaçõeshttp://www.gestaoct.org.br/

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