CNI lança compromisso pela inovação e reforça meta de duplicar o número de empresas inovadoras

Brasília, 4 a 7 de agosto de 2011 - Nº 1062 - Ano 11

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta quarta-feira (2), na capital paulista, a proposta do segmento para impulsionar a inovação no país. O documento “Compromisso pela Inovação” contempla dez pontos e propõe a adoção de uma agenda compartilhada entre os setores público e privado.

     “A indústria não pode inovar sozinha. Este movimento tem que ter a participação do governo e de instituições científicas e tecnológicas”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. O documento foi construído pelos líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), a partir de experiências de empresas do Brasil e do exterior. A grande meta do setor é duplicar em quatro anos o número de empresas inovadoras.

     “Hoje estamos firmando este compromisso e para isso a indústria fará investimentos expressivos”, garantiu Andrade. De acordo com ele, a indústria é o setor da economia que mais investe em pesquisa e desenvolvimento (P&D), mas a proposta é ser mais ativo na atração de centros de pesquisa de instituições estrangeiras, articulando melhor as ações públicas e privadas.

     No documento, o setor também destaca que apoiará a internacionalização das empresas brasileiras e suas atividades de P&D, com vistas a capacitá-las para competir globalmente. Para melhorar o ambiente para a promoção da inovação no país, o segmento reivindica, entretanto, o aprimoramento do marco legal e a melhor articulação entre a política de comércio exterior e a política de inovação.

     O segmento solicita, ainda, maior ênfase na formação de recursos humanos qualificados em engenharia e ensino técnico e a criação de programas setoriais de inovação efetivos, que definam metas e objetivos pactuados entre o governo e o setor privado.

     “A indústria está consciente da sua responsabilidade para tornar esse país mais competitivo. A nossa expectativa é que o governo mitigue os riscos da inovação e ajuste os instrumentos de estímulo à demanda das empresas e que impulsione as universidades e os centros de P&D”, pontuou o presidente da CNI. O segmento pede, também, uma melhor infraestrutura de propriedade intelectual, compatível com os interesses atuais.

     Mesmo com o anúncio de várias medidas voltadas para elevar a competitividade das empresas no país, Braga destacou que ainda é muito difícil inovar no Brasil. Segundo ele, problemas antigos, como infraestrutura precária, juros elevados e alta burocracia, vêm se arrastando ao longo dos anos e somam-se a eles dificuldades novas, como o câmbio altamente valorizado. “O empresariado brasileiro não se conforma com essa equação”, falou.

     O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, destacou que o governo tem buscado melhorar o ambiente para inovar, mas a liderança do setor privado é essencial para o país avançar nesta agenda. O investimento do governo em P&D é de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), índice próximo a de países desenvolvidos. Já a contribuição privada brasileira é de 0,5%, parcela muito aquém das grandes economias, que aplicam em torno de 1,5% do PIB. “Tem que aumentar a participação em P&D privada. E estamos criando condições para isso”, falou.

     Já o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, lembrou que o país tem adotado medidas de defesa comercial, mas que somente isso não resolverá o crescente déficit da balança comercial dos itens manufaturados. O ponto frágil do país, na opinião dele, é a falta de competitividade da indústria brasileira.

     “Sabemos dessa dificuldade e estamos fazendo por meio do Programa Brasil Maior um grande esforço para elevar a competitividade nacional. Agora é a hora de as empresas reagirem, vamos cobrar delas mais investimento em inovação, porque as condições de financiamento estão sendo dadas", disse em São Paulo ontem (3).
 
Para saber mais sobre a CNI acesse o site www.cni.org.br.

     (Cynthia Ribeiro para o Gestão C&T online) 

Fonte e demais informações: http://www.gestaoct.org.br/

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