Internet das Coisas ganha linguagem e site de aplicativos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/06/2011
Internet das Coisas ganha linguagem de programação e site de 
aplicativos
Cada vez mais, os objetos que as pessoas usam no seu dia a dia têm capacidade para serem conectados à Internet, formando a Internet das Coisas. [Imagem: ITU]  

Internet das Coisas

Até agora, a Internet tem sido uma arena reservada para as pessoas.

Mas agora mais e mais objetos físicos estão sendo conectados à Internet: lemos e-mails em nossos celulares, nossos medidores de eletricidade podem ser lidos automaticamente, monitores de pulso e tênis de corridas publicam informações sobre nossas atividades diárias diretamente nos nossos blogs.

Os eletrodomésticos e os sistemas das nossas casas inteligentes são os próximos da fila.

Um despertador não está mais limitado a tocar uma campainha - ele pode também ligar a máquina de café, acender as lâmpadas do quarto e ser programado pela Internet.

Objetos conectados à Net

O fato é que, cada vez mais, os objetos que as pessoas usam no seu dia a dia têm capacidade para serem conectados à Internet.

Mas o que é necessário para garantir que a Internet das Coisas opere da forma mais eficiente possível?

Há grandes desafios.

Um deles é encontrar soluções efetivas para que produtos diferentes trabalhem em conjunto ou, pelo menos, em harmonia.

Atualmente não existem ferramentas padronizadas ou plataformas de distribuição nesta área.

Para valer

É nisto que está trabalhando um grupo de pesquisadores noruegueses.

Em um projeto de pesquisa chamado Infraestrutura para Serviços Integrados (ISIS - Infrastructure for Integrated Services), eles criaram uma plataforma para desenvolvimento e distribuição de aplicativos pela Internet das Coisas.

A plataforma inclui uma ferramenta de programação para desenvolvedores, chamada Arctis e o site ISIS Store, para download de aplicativos, inspirada na Apple Store.

Já há vários aplicativos para download gratuito no site, mas os desenvolvedores acreditam que a plataforma inteira só irá decolar se os usuários começarem a concordar em pagar por eles - isto é essencial para que os desenvolvedores se interessem em "programar coisas".

Programando coisas

Tudo começa com uma nova linguagem de programação, voltada para fazer programas para as coisas da Internet das Coisas.

A linguagem Arctis foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.

"Objetos 'inteligentes' e aplicativos do dia a dia frequentemente precisam ser conectados a diferentes sensores e outros componentes e serviços de comunicação. Ao mesmo tempo, eles precisam responder rapidamente às mudanças e as ações dos usuários. Isto requer um controle muito bom da concorrência no sistema, o que pode ser difícil de conseguir com a programação normal," explica Frank Alexander Kraemer, um dos desenvolvedores da linguagem Arctics.

O Dr. Kraemer acredita que a ferramenta irá tornar mais fácil o processo de criação de novas aplicações, de sua adaptação às aplicações existentes e da atualização de software quando necessário.

"A criação de um aplicativo simples com Arctis pode ser tão fácil como encaixar dois blocos de montar, mas aplicativos mais avançados também podem ser criados, dependendo do que você está precisando," continua o pesquisador.

Conversa entre objetos

Para que esses aplicativos e os próprios 'objetos inteligentes' conversem entre si os pesquisadores criaram o ICE (ICE Composition Engine).

"É o sistema colaborativo ICE que irá reger a coisa toda e permitir que os objetos falem uns com os outros," explica Martin Reidar Svendsen, outro membro do grupo.

O ICE pode tanto gerenciar a comunicação entre objetos em sua casa quanto manter o controle de todas as atualizações de software e hardware.

O sistema é instalado usando um modem, um decodificador ou um adaptador, fornecendo ao usuário um gateway local que garante que a Internet das Coisas continue a funcionar mesmo quando o usuário estiver offline.

Todo o projeto tem um direcionamento eminentemente prático: o protótipo está sendo bancado pela empresa de telecomunicações norueguesa Telenor, que pretende fazer com que a ideia decole imediatamente.

Comentários