Presidente da Fapemig quer mais engenheiros e já vê "apagão" no setor


 Em uma recente aula inaugural para alunos de Engenharia, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Mario Neto Borges, alertou que o país necessitará formar anualmente entre 80 mil a 100 mil engenheiros nos próximos dez anos para não viver um apagão de mão de obra qualificada no setor. “Aliás, já estamos tendo”, frisou, citando como exemplo a falta de profissionais da área e a formação de só 31.182 deles em 2007. 

Os engenheiros serão necessários para ocupar os novos postos que podem surgir caso o país mantenha o ritmo de crescimento econômico e populacional. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado no dia 15 de março, há um agravante: 62% dos engenheiros não trabalhavam em ocupações típicas da área em 2009. O percentual pode ser reduzido levemente em 2020 para 55%, pois os profissionais ainda podem migrar para atividades que remuneram melhor. 

A atração de profissionais para a área começaria desde a educação básica, aponta o presidente da Fapemig, para quem o método, em geral, de ensino de física e química nas escolas está assustando possíveis interessados em engenharia. Ao fazer vestibular, o candidato evita escolher cursos desse tipo por cobrarem conteúdo dessas duas disciplinas. 
Ainda conforme Borges, as universidades deveriam dispor mais vagas e melhorar a formação de seus acadêmicos. Nesse sentido, estão a abertura de novas graduações, parcerias com grandes empresas, estágios e projetos de iniciação científica que envolvam o aluno. O presidente da Fapemig sugere às faculdades para que elaborem projetos em cooperação com empresas, com parte da pesquisa financiada pela fundação e outra pelas organizações.

Mas quais áreas da engenharia seriam fundamentais atualmente e para o futuro? Borges lista seis: Energia, Materiais, Transporte, Comunicações, Meio Ambiente e Gestão. 

O papel da Fapemig para essa perspectiva funcionar é estratégico, conforme o dirigente da entidade, pois ela não tem só a função de fomentar a pesquisa e a inovação científica e tecnológica, como principalmente de induzi-la. O processo pode ocorrer por meio de diversas iniciativas da fundação ou frutos de parcerias com outras instituições: Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe), Programa de Apoio à Melhoria e Inovação Tecnológica de Minas Gerais (Amitec), Lei Mineira de Inovação, Fundo de Incentivo à Inovação Tecnológica (Fiit), Fundos de Capital Semente e outros.

A fundação tem recursos para isso, como demonstrou o presidente em gráficos que exibiam a evolução de orçamento da instituição. De 2003 a 2010, houve um salto de R$ 24 milhões anuais para R$ 232 milhões, referentes a verbas governamentais. “Minas Gerais e o Brasil vão bem na ciência, mas mal na tecnologia e na inovação. Precisamos usar a ciência para a solução de problemas que nos interessa”, destacou. 

Tecnologia e inovação são portanto prioridades da Fapemig, assim como ciência e educação. “É preciso transformar a ciência em um valor para a sociedade brasileira. Desgraça e futebol dão mídia, ciência não”, finalizou.

Fonte e demais informações: http://telecom.cesjf.br/node/15006

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