Para a Engenharia expansão econômica retoma atividade do setor e recupera perdas

Por Gabriela Araújo

Uma pesquisa salarial da Catho Online, portal de empregos e recursos humanos, indica que os engenheiros foram os profissionais com maiores aumentos salariais entre outubro de 2009 e outubro de 2010. Os maiores ganhos foram registrados nos setores ligados à área de tecnologia e infraestrutura, incluindo indústria, energia, transportes e fabricação de equipamentos ligados a construção - e com destaque especial para mineração e extração de petróleo e gás (32%) e refinamento de petróleo (24%).

De acordo com a gerente da pesquisa salarial, Silvana Di Marco, da Catho, os aumentos salariais correspondem aos setores em que Brasil mais tem investido atualmente e que não sofreram muito com a crise econômica. “Os cargos em engenharia basicamente estão ligados à infraestrutura. São cargos de projetos, obras. Esse aumento também se justifica pelo fato desses profissionais estarem em falta no mercado de trabalho, ou seja, o mercado não produz engenheiros suficientes para atender a demanda que as empresas necessitam”, analisa a executiva. Ela também aponta a importância do pré-sal na impulsão ao mercado de petróleo e gás como um dos destaques do levantamento.

Para o presidente do Instituto de Engenharia, Aluizio Barros Fagundes, a retomada da atividade econômica faz o mercado progredir depois de mais de vinte anos sem investimentos, o que chegou até mesmo a fazer profissionais migrarem de área. O engenheiro também destaca que o setor de óleo e gás colhe o resultado de um longo período de planejamento e pesquisa, enquanto, na área de energia, o andamento de grandes empreendimentos leva a muitas contratações e expansão salarial.

Ainda ssim, Fagundes acredita que o momento não é de bonança, mas sim de recuperação. “Os profissionais que permaneceram no exercício (dos cargos durante a retraçã do setor) sofreram um achatamento sensível em seus salários. Em comparação com o mercado das décadas de 1960 e 1970, avançando um pouco na década de 1980, o poder aquisitivo dos engenheiros de hoje está pela metade. Ainda há muito a recuperar”.

Ainda segundo o presidente, com o mercado de engenharia aquecido e a divulgação do aumento de salários, o efeito pode ser uma retomada do setor. “(Isso) permite resgatar os formados em engenharia que estão militando fora da diplomação; estimula ou impede o “turn-over” dos empregados entre empresas; e incrementa o interesse dos jovens pelos cursos de engenharia”, vislumbra Fagundes. Em relação ao futuro, o executivo afirma que a tendência é de que a recapacitação de profissionais se fortaleça e a qualidade da formação de engenheiros se torne mais evidente, estimulando a competitividade nessa área.

A alta da remuneração para os engenheiros se mantêm há aproximadamente três anos e a perspectiva da Catho Online é de que se mantenha por mais uma década. Leva-se em média cinco anos para se conseguir formar um engenheiro, e como tem a demanda do mercado nesse período, essa é a previsão. A não ser que aconteça um corte mundial que abale isso, mas acredito que não”, analisa Silvana Di Marco, da Catho.

A pesquisa mostra ainda outra áreas que são consideradas promissoras para 2011, como tecnologia da informação – ramo ainda em fase de crescimento e que enfrenta escassez de mão de obra; gestão ambiental – muito ligada à sustentabilidade, área recente e ainda com número insuficiente de profissionais; e construção civil e mineração – ambos setores com escassez de engenheiros e técnicos e que tende a continuar em alta por mais uma década.

Fonte: Jornal da Energia

Fonte e demais informações: http://reativanarede.blogspot.com/

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